O desconforto com o cenário político doméstico se somou nesta quinta-feira, 6, a um quadro negativo nas bolsas da Europa e Estados Unidos e provocou a terceira queda consecutiva do Índice Bovespa. O indicador operou em baixa durante praticamente todo o pregão e terminou o dia em queda de 1,08%, aos 62.470,33 pontos. A queda não foi maior devido ao desempenho amplamente positivo das ações do setor elétrico, impulsionadas pela proposta de novo modelo para o segmento.

A volatilidade dos preços do petróleo teve reflexos diretos nos negócios no Brasil. Os contratos futuros da commodity chegaram a subir cerca de 3% pela manhã, em repercussão à queda dos estoques de petróleo dos Estados Unidos, que superou as estimativas. Houve queda de 6,299 milhões de barris na última semana, ante previsão de recuo de 2,5 milhões de barris. Os estoques de gasolina e destilados também recuaram mais que o previsto. Houve, no entanto, aumento na produção.

À tarde, a volta das dúvidas quanto ao desequilíbrio entre oferta e demanda de petróleo levou as cotações a uma brusca desaceleração. O petróleo WTI para entrega em agosto fechou em alta de 0,86%, a US$ 45,52 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para entrega em setembro, por sua vez, fechou com ganho de 0,67%, a US$ 48,11 o barril, na ICE. A forte desaceleração da commodity eliminou os ganhos das ações da Petrobras, que terminaram o dia em queda de 1,00% (ON) e 0,33% (PN).

Apesar da ausência de uma notícia de maior impacto, profissionais do mercado citaram um desconforto do investidor com a intensificação do clima de especulação com o cenário político. Esse clima foi formado por rumores de novas delações, articulações políticas e, sobretudo, pelas dificuldades do presidente Michel Temer em se manter no cargo e fazer avançar as reformas estruturais.

Importante exceção no dia foi o setor elétrico, cujas ações tiveram um pregão de altas significativas, amenizando as perdas do Ibovespa. Os papéis reagiram positivamente à proposta do Ministério de Minas e Energia de um novo modelo para o setor elétrico, que permitirá a privatização de usinas antigas que tiveram as concessões renovadas durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Eletrobras ON e PNB dispararam 16,14% e 10,45%, as duas maiores altas do Ibovespa, pelo segundo dia consecutivo. Copel PNB subiu 3,34% e foi a terceira maior alta do índice.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias