Deputado Rodrigo Rocha Loures
Deputado Rodrigo Rocha Loures (Crédito:Divulgação)

Fala, Loures! Afinal,  Temer fica ou cai? Há uma semana essa é a pergunta para a qual cada um dos 200 milhões de brasileiros tem resposta categórica, todas factíveis.  Não poderia ser diferente. No tabuleiro onde a atual crise política joga seu jogo, as peças são incontáveis, não apenas pretas e brancas, com muitas ainda invisíveis e sujeitas a movimentos bruscos.

Temer pode sobreviver, ou morrer, diante de muitas hipóteses. Por exemplo: o TSE vai cassá-lo, junto com Dilma? Pode ser, mas, até o advento das gravações do Jaburu, o tribunal sinalizava que o julgamento seria interrompido por pedidos de vista.

Supondo que isso não aconteça é certo que o Planalto recorrerá ao STF diante de sentença adversa, empurrando o desfecho da novela para frente.

O presidente também pode sucumbir à eventual “voz das ruas”, desde que elas produzam manifestações ao estilo de 2013 ou 2014. Outra vez, porém, essa caminhada será mais demorada do que a oposição gostaria.

O ensaio das centrais sindicais na quarta-feira 26, em Brasília, teve seu efeito político incinerado pelas chamas que vândalos espalharam nas ruas. As cenas de depredação e violência impuseram-se às manchetes, ofuscando palavras de ordem e alimentando o discurso desqualificador do movimento. Para alívio palaciano, é improvável que a repercussão daquele espetáculo pirotécnico tenha conquistado os corações e as mentes essenciais às futuras mobilizações populares.

Mas as ameaças a Temer não estão só na Corte Eleitoral ou nas ruas. Há a investigação por corrupção, obstrução à Justiça e formação de quadrilha. Se o STF abrir processo, ele será automaticamente afastado do cargo por 180 dias, com chance remota de reassumir.

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Por fim, resta o calhamaço de denúncias e provas em mãos da Procuradoria Geral da República, que Rodrigo Janot afirma conter muito mais horrores do que os divulgados até aqui. Como nas demais situações descritas, nessa frente, a execução do mandatário demandará tempo imprevisível (o “tempo da Justiça”, como diz seu advogado), algo que o humor nacional não parece disposto a conceder.

Só um “assessor do peito” pode implodir Temer num piscar de olhos: Rodrigo Loures (PMDB-PR). Se ele disser que recebeu a mala de dinheiro da JBS a pedido do chefe, o xeque mate será instantâneo.

STF
O Leão perdeu

Por unanimidade, na quarta-feira 24, o STF trancou ação penal contra a diretoria da Vivo. O Ministério Público queria a condenação criminal dos executivos por sonegação fiscal.  O caso envolve a cobrança de ICMS em Pernambuco. No julgamento ficou provado que os gestores não poderiam responder a atos ocorridos longe de suas vistas e, portanto, sem provas de que sabiam e participavam dos fatos. A matéria seguirá discutida no âmbito tributário do estado.

Política
Pela união

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Ernesto Rodrigues/Folhapress

A peregrinação que Modesto Carvalhosa inicia nessa semana não visa necessariamente suceder Michel Temer, no caso de uma eleição indireta ser convocada. O objetivo é maior. Mostrar ao Congresso que a sociedade civil tem nomes capazes de dirigir a República e que repudia escolhas de candidatos mediante barganhas fisiológicas. O projeto de Carvalhosa se assemelha assim às candidaturas antirregime de Ulysses Guimarães, em 1974, e a do general Euler Bentes Monteiro, em 1978.

Aviação Civil
Muitas licenças

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Ivansmuk

A Agência Nacional de Aviação Civil recebeu 8.027 pedidos de registros de drones no País. A maior parte da de demanda (4.965) é para uso recreativo. A certificação de aeronaves remotamente pilotadas com peso superior a 250g passou a ser obrigatória desde 3 de maio. Quem não cumprir a lei está sujeito a multa que varia de R$ 800 a R$ 30 mil, a depender do caso e da reincidência. Cerca de 10 mil pessoas se cadastraram na Anac, o que sinaliza aumento em breve da quantidade desses aparelhos no Brasil.

Automóveis
Borracha nova

Com sete versões, o Argo que a Fiat lançará nessa terça-feira 30 custará a partir de R$ 46 mil. O modelo hatch chega para brigar com modelos da General Motors, Hyundai, Ford e Volkswagen, no segmento mais concorrido do mercado brasileiro. Terá motor 1.0, 1.3 ou 1.8 dependendo da versão. Em paralelo, em sua fábrica na Argentina, a Fiat trabalha no projeto de um inédito sedan, sucessor do Linea e do Punto. Esta novidade será vendida no mercado latino-americano, no início do ano que vem.

Governo federal
Parada perigosa

Com o staff de servidores quase todo voltado para a defesa individual de Michel Temer, inclusive junto ao Supremo Tribunal Federal, depois da delação da JBS, surgiram diversas críticas à Casa Civil na semana passada. É que a mobilização já afeta o dia a dia de outros Ministérios, obrigados a submeter à Pasta atos administrativos diversos. Em tese, o trabalho deveria ser feito pela Advocacia Geral da União. Porém, isso nunca ficou claro dentro do governo. No impeachment de Dilma Rousseff, a solução adotada até funcionou melhor: o então ministro José Eduardo Cardozo foi escalado unicamente para o trabalho, com o restante do Ministério da Justiça exercendo suas atribuições.


Legislativo
Num piscar de olhos

A oposição está lendo o Diário Oficial com lupa. Diversos senadores do PMDB que foram chamados para uma conversa com Michel Temer estavam relutantes em comparecer ao encontro, na quarta-feira 24. Como num passe de mágica, quando puseram os pés de volta ao Congresso, os sorrisos estavam estampados nos rostos. Pareciam presenteados com generosas emendas parlamentares.

Europa
Campanha no Brasil

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Eric Feferberg

Quem circulou pelo Rio de Janeiro e São Paulo na semana passada foi Paula Fortaleza. Fundadora do Partido Socialista na Argentina e próxima ao presidente francês eleito Emmanuel Macron, ela veio pedir votos dos franceses que vivem em nosso País. Batalha por uma das cinco cadeiras destinadas aos representantes das Coletividades de Ultramar, das 577 em jogo, nas eleições legislativas da França, de 11 a 18 de junho próximo.

Artes
Pregões milionários

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Divulgação

O mercado brasileiro de artes vai passar por um teste incomum em tempos de crise. Só no Rio de Janeiro e em São Paulo, quatro leilões acontecerão simultaneamente a partir de terça-feira 30. Nos dois mais robustos, o da Bolsa de Artes e o da galerista Dagmar Saboya, algumas das peças à venda têm preço base entre R$ 1,2 milhão e R$ 4,5 milhões , como o Volpi e o Portinari das imagens. O público alvo desses pregões é gente que compra obra de arte não apenas porque combina com o sofá.

Congresso
Eleitor de molho

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Antonio Cruz/ABr

No momento crucial de votação das reformas trabalhista e previdenciária no Congresso, o Planalto perdeu um aliado de peso. O senador Edson Lobão (PMDB-MA) sofreu uma queda em casa, em Brasília, na semana passada. Precisou ser operado devido às fraturas. O tempo no estaleiro é imprevisível.

 

 


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