A Polícia da Guatemala prendeu nessa quinta-feira o prefeito de um povoado nos arredores da capital, acusado de ignorar os alertas de risco em uma comunidade que foi soterrada por um deslizamento de terra em 2015 que deixou 280 mortos, informou a Promotoria.

“Foi detido o prefeito de Santa Catarina Pinula, Víctor Gonzalo Alvarizaes Monterroso, pelo delito de homicídio culposo”, durante uma operação em um setor popular no oeste da Cidade da Guatemala, disse a jornalistas Julia Barrera, porta-voz da Promotoria.

O deslizamento ocorreu na noite do dia 1 de outubro do ano passado quando, após fortes chuvas, um grande desprendimento de terra caiu sobre a comunidade El Cambray II, onde 280 pessoas morreram e 70 ficaram desaparecidas.

De acordo com as investigações, Alvarizaes “teria tido conhecimento, durante a sua gestão, de relatórios sobre os riscos no Cambray II e das recomendações de traslado da comunidade a outra área”, explicou Barrera.

Um relatório da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred) emitido um ano antes da tragédia alertou que deveriam ser aplicadas “de maneira imediata” medidas para evitar um eventual desastre, devido às encostas que rodeavam a comunidade e à passagem de um rio que deixava o terreno vulnerável.

“De modo geral, pode-se considerar como soluções possíveis a realocação da comunidade afetada, parcial ou totalmente (…), em lugares que reúnam condições aptas para residência”, afirmava o documento.

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O ex-prefeito da localidade Antonio Coro foi detido em janeiro passado pela mesma tragédia e pela mesma acusação de homicídio culposo, por ter ignorado as recomendações durante sua gestão.

A Conred, encarregada da proteção civil, contabilizou 184 casas afetadas pela avalanche, 73 delas com danos severos.

Após o deslizamento, o governo começou a construir casas para as famílias afetadas em um terreno que foi expropriado de um narcotraficante, mas o projeto não foi concluído.


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