O gigantesco ciberataque que paralisou na sexta-feira vários sites da Internet nos Estados Unidos não foi planejado por outro país, mas por um grupo “não estatal”, avaliou nesta terça-feira o coordenador da inteligência americana James Clapper.

“A investigação continua em curso. Deve-se reunir muitos dados e parece que esse é o caso”, respondeu Clapper ao ser questionado pelo apresentador de televisão Charlie Rose, que participava de uma conferência no centro de pesquisas Council on Foreign Relations (CFR), em Nova York.

Após Rose perguntar em duas ocasiões se o ataque de sexta-feira havia sido causado por um “ator não estatal” Clapper contestou: “sim, não queria tirar essa conclusão de maneira definitiva. É uma primeira consideração”.

“Temos essa disparidade entre as capacidades de os ciberatores serem mais sofisticados, os ciberagentes dos Estados-nação, que são Rússia e China, claramente, têm intenções mais benignas” e “outros países têm intenções mais nefastas e atores não estatais com objetivos ainda mais malignos”, prosseguiu.

Na sexta-feira, várias importantes páginas da web (Twitter, Spotify, CNN, Airbnb, Amazon, Reddit, Netflix, entre muitas outras) foram atingidas por um ataque informático em várias etapas contra o provedor de internet Dyn e milhões de usuários não puderam fazer compras pela web, ver vídeos, publicar ou enviar mensagens durante horas.

O ataque por negação de serviço (DDoS), que consiste em bombardear um servidor com consultas ou buscas para saturá-lo e incapacitá-lo de responder, pode ter sido realizado por programas conectados à Internet.

As autoridades identificaram um software malicioso chamado Mirai dirigido “às câmeras de vigilância e a dispositivos de entretenimento conectados à Internet” para realizar esse tipo de ataque sem o conhecimento de seus proprietários, assegurou na segunda-feira o secretário de Segurança Interior dos Estados Unidos, Jeh Johnson, ao anunciar que o ataque havia sido “neutralizado”.