A área técnica do governo já discute internamente a possibilidade de precisar mudar a meta fiscal deste ano, que prevê um déficit de, no máximo, R$ 139 bilhões. A equipe econômica não tem mais margem para administrar frustrações de receitas e depende da concretização de um elevado volume de receitas extraordinárias previstas em programas de parcelamentos de dívidas e venda de ativos, como a “raspadinha”.

Apesar de manter o compromisso de cumprir a meta atual, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mudou de tom e não fechou nesta terça-feira, 25, as portas para uma eventual mudança. Em São Paulo, onde participou de uma cerimônia em homenagem ao fundador da Editora Três, Domingo Alzugaray, que morreu segunda-feira, 24, o ministro disse que não há “no momento” essa decisão. Ele deixou claro, no entanto, que, se houver a necessidade, a condução dessa discussão será feita pelo Ministério da Fazenda e não pela ala política do governo.

“Não há no momento esta decisão, mas como temos dito em relação a várias outras coisas, inclusive em relação ao próprio aumento de impostos, faremos o que for necessário e melhor para o País dentro de uma perspectiva de realidade tributária. Portanto, qualquer coisa que for levado a presidente da República será com o nosso de acordo”, disse Meirelles. A preocupação do ministro foi afastar rumores de que teria condicionado a sua permanência no cargo à manutenção da meta, o que foi negado por ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.