São Paulo, 22/6 – O Ministério da Agricultura solicitou, no início deste ano, que os laboratórios fabricantes de vacinas contra a febre aftosa reduzam a dose atual de 5 ml para 2 ml. A medida, segundo o ministério, é importante para evitar reações do gado bovino ao produto. O Brasil é livre da febre aftosa e, portanto, não é preciso mais utilizar uma dose reforçada, informou o diretor do Departamento de Saúde Animal do ministério e presidente da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), Guilherme Marques, em comunicado.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, garantiu no comunicado que a reação à vacina não oferece risco à saúde pública, ao ser questionado sobre sinais (caroços) encontrados em carne bovina exportada para os Estados Unidos. O governo, preventivamente, suspendeu a certificação sanitária do SIF (registro do Serviço de Inspeção Federal) dos embarques de frigoríficos citados pelo país. Conforme o governo, o mecanismo de auto suspensão é acionado como estratégia para facilitar o retorno das exportações.

Marques observou que a redução da dose de vacina vai reduzir também custos de logística e está em consonância com a programação de retirar totalmente a vacinação do País entre 2019 e 2023. Na ocasião, o Brasil deverá ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença sem vacinação, como já ocorre em Santa Catarina.

De acordo com o ministério, outra medida relevante é a retirada do sorotipo C da vacina. Estudo do Centro Americano de Febre Aftosa, que concluiu pela inexistência do vírus da febre aftosa tipo C na América do Sul, foi determinante para recomendação da Cosalfa de suspender a vacinação com esse sorotipo na região. A decisão foi tomada no encerramento da 44ª reunião ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), em abril deste ano.

De acordo com o estudo, o último foco de febre aftosa com o sorotipo C nas Américas data de 2004. “Por essa razão, bem como em função de estudo que o Brasil tem, tomamos a decisão de, no futuro, retirar o vírus C de toda vacina produzida no país”, disse Guilherme Marques, que também é presidente da Comissão Regional da OIE para as Américas.

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