Ao decidir vender a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), o governo paulista abrirá mão de operar as concessões das três usinas que hoje fazem parte do portfólio da geradora – Porto Primavera, Paraibuna e Jaguari -, mas o edital de privatização da companhia esclarece que o Estado de São Paulo tem interesse em pleitear à União que, após o término da concessão de Jaguari, em maio de 2020, lhe seja concedida uma autorização direta ou indiretamente para explorá-la. O governo paulista explica que seu interesse está relacionado à “relevância hídrica do reservatório da hidrelétrica”.

A usina é pouco relevante em relação ao portfólio total da Cesp. É a menor das três hidrelétricas e representa 1,67% da capacidade instalada, ou R$ 27,6 MW dos 1654,6 MW das somatória das três usinas, e 1,37% da garantia física, ou 14 MW médios de 1081 MW médios.

Para o abastecimento, no entanto, o reservatório da usina, instalada no Rio Jaguari, bacia do Rio Paraíba do Sul, é relevante, pois fornece água para o Vale do Paraíba e para a região metropolitana de São Paulo.

Em 2014, com o acirramento da crise hídrica, o governo de São Paulo se envolveu em uma polêmica a respeito da operação da hidrelétrica, ao determinar que a Cesp contrariasse a orientação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para a hidrelétrica e reduzisse a vazão da barragem a níveis inferiores aos indicados pelo operador.

O governador paulista Geraldo Alckmin chegou a defender a paralisação completa da usina, para que o reservatório fosse usado exclusivamente para abastecimento.