O presidente regional da Catalunha, o separatista Carles Puigdemont, pediu formalmente ao chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, nesta quarta-feira (24), que negocie um referendo de autodeterminação, a última tentativa antes de realizar esse processo sem a permissão de Madri – garantiu o Executivo catalão.

“Acreditamos que chegou o momento imprescindível para que os dois governos possam sentar à mesa para dialogar”, afirma Puigdemont em carta enviada nesta quarta, à qual a AFP teve acesso.

Na véspera (23), o governo catalão aprovou um acordo para solicitar a Madri “a abertura de negociações sobre os termos e as condições do referendo” de autodeterminação reivindicado há anos pelos nacionalistas, à imagem do que foi pactado entre Escócia e Londres em 2014.

O governo regional garante que estará aberto ao diálogo “até o último minuto da prorrogação”, mas também adverte que se trata da última oferta antes de ativar a organização da consulta “à revelia”.

Na segunda-feira, a cúpula do governo catalão foi à capital espanhola para participar de uma conferência e fazer um novo apelo pela negociação dessa consulta. O procedimento é considerado anticonstitucional pela Justiça espanhola.

Antes do fórum, Rajoy advertiu que não vai tolerar “a chantagem” dos separatistas.

Seu governo propõe a Puigdemont levar sua proposta de referendo para o Congresso, onde existe uma maioria de deputados contra sua realização. O líder catalão aposta em que conseguirá um acordo bilateral antes disso.

De acordo com a última pesquisa do governo dessa rica região, 73,6% dos catalães são a favor de um referendo de autodeterminação. Segundo a mesma enquete, 48,5% rejeitam a secessão, que conta com o apoio de 44,3% dos entrevistados.