Uma carga de gás de xisto procedente dos Estados Unidos chegou nesta terça-feira pela primeira vez ao Reino Unido, onde existe uma grande oposição à técnica de fraturamento hidráulico, adotada para obter o combustível.

O petroleiro com o gás chegou a Grangemouth, uma refinaria na margem sul do rio Forth, perto de Edimburgo (norte) e do Mar do Norte, cujo petróleo é cada vez mais caro de extrair e menos rentável.

A embarcação transportava 27.500 metros cúbicos de gás liquefeito.

A empresa suíça responsável pela entrega, Ineos, investiu 2 bilhões de libras (2,6 bilhões de dólares) para organizar o transporte regular de gás de xisto ao Reino Unido e Noruega com oito petroleiros.

A cada três semanas uma nova carga deve chegar a Grangemouth.

A extração de gás de xisto é permitida na Inglaterra com algumas restrições, mas ainda não existe uma exploração comercial. Na Escócia, o governo regional adotou uma moratória.

Também existem reticências no restante da Europa, mas na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil) chegaram os primeiros carregamentos.

Na América Latina, o primeiro carregamento de gás de xisto americano com destino ao Brasil zarpou em fevereiro.

A técnica do “fracking”, fraturamento hidráulico, consiste em injetar água com alta pressão para fraturar rochas localizadas a profundidades entre 1.500 e 2.400 metros e extrair o gás ou petróleo de xisto.

O método é criticado criticado porque pode provocar terremotos e contaminar águas subterrâneas. Os defensores, no entanto, argumentam que permitiria extrair gás ou petróleo em praticamente todo o mundo, baratear a conta para os consumidores e acabar com a dependência dos países produtores tradicionais.

Graças à técnica, a produção de gás natural nos Estados Unidos deu um salto de quase 43% entre 2010 e 2014.

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