O furacão Maria, “extremamente perigoso” com ventos de 270 km/h, ameaça Porto Rico e as Ilhas Virgens após ter devastado, nesta terça-feira, Dominica e ter deixado um morto e dois desaparecidos na ilha de Guadalupe.

Oscilando entre as categorias 4 e 5 (o nível máximo), Maria avançava na direção oeste-noroeste, ameaçando territórios já afetados pelo furacão Irma há duas semanas.

Maria é um furacão “extremamente perigoso”, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) americano.

Em Porto Rico, cerca de 3,5 milhões de habitantes corriam, nesta terça-feira, para comprar produtos de primeira necessidade e proteger suas casas e negócios.

Foram abertos cerca de 500 abrigos com capacidade para 67.000 pessoas para enfrentar o furacão, que “poderia ser o pior do (último) século em Porto Rico”, segundo o governador deste território americano, Ricardo Rossello Nevares.

Um toque de recolher foi instaurado nas Ilhas Virgens britânicas, visto que o furacão deve passar perto das suas costas a partir da noite desta terça-feira.

“Embora Maria seja menos potente que o Irma, nossa situação também é muito diferente, (porque) nossas ilhas estão atualmente extremamente vulneráveis”, explicou o primeiro-ministro desse território britânico, Orlando Smith, em um comunicado.

– Dominica, devastada –

Em sua passagem por Dominica, o furacão devastador tinha alcançado a categoria máxima, com ventos superiores a 257 km/h.

Seus habitantes perderam “tudo o que o dinheiro pode comprar e substituir”, afirmou nesta terça-feira o primeiro-ministro desta ilha caribenha, Roosevelt Skerrit.

O vento “arrasou os tetos das casas de quase todas as pessoas com as quais falei ou entrei em contato de outra forma”, acrescentou.

No entanto, ainda não foram detectadas vítimas entre seus 70.000 habitantes, segundo ele.

Na ilha francesa de Guadalupe, uma pessoa morreu nesta terça-feira após a passagem do furacão, vítima da queda de uma árvore, anunciaram as autoridades locais. “Não respeitou as regras de confinamento”, acrescentaram.

Outras duas pessoas continuam desaparecidas depois do naufrágio de um barco em frente à costa de Désirade, uma ilha dependente de Guadalupe.

Chuvas torrenciais atingiram a ilha e várias áreas ficaram sem eletricidade.

“Tudo treme ao meu redor”, contou à emissora BFMTV o ex-ministro francês de Ultramar Victorin Lurel, preso em sua casa no sul de Guadalupe, de onde descreveu “chuvas torrenciais, e claramente infernais, com um vento que não para há várias horas, (…) com relâmpagos em todas as partes”.

– Porto Rico ameaçado –

“Na trajetória prevista, o olho de Maria se moverá sobre o nordeste do Mar do Caribe hoje, e passará perto ou sobre as Ilhas Virgens e Porto Rico na quarta-feira”, indica o NHC.

Antes de Dominica, o olho do ciclone passou a 50 quilômetros da costa norte de Martinica e privou de eletricidade 33.000 lares, mas não causou danos significativos, segundo a Prefeitura.

A França enviará um helicóptero para efetuar “um reconhecimento aéreo” sobre essa ilha e, “se o governo da Dominica pedir”, poderão enviar bombeiros à ilha, indicou o diretor-geral de Segurança Civil francesa, Jacques Witkowski.

Maria também deve passar ao sul da costa de St. Martin e St. Barth, devastadas pelo Irma em 6 de setembro, segundo o ministro holandês de Defesa. Ambas as ilhas estão em alerta vermelho, segundo o Météo France, agência meteorológica francesa.

Irma deixou cerca de 40 mortos no Caribe antes de atingir a Flórida, onde morreram pelo menos 50 pessoas.

Os governos de França, Reino Unido e Holanda, criticados por não terem enviados mais recursos antes e depois da passagem do Irma, se mobilizaram.

A França anunciou o envio de 110 militares a Guadalupe e recordou que “quase 3.000” reforços já estão na ilha.

Após a passagem do furacão Irma, o caos tomou conta de várias ilhas, que registraram roubos ante a resposta tardia das autoridades.