O petista Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), sofreu sua primeira derrota na ação da qual é réu na Justiça Federal em São Paulo, sobre desvios em contrato de crédito consignado na pasta. O juiz Paulo Bueno de Azevedo rejeitou o pedido de absolvição sumária e reforçou a consistência dos indícios contra o petista. A decisão é do último dia 1º. “Nas planilhas financeiras de Guilherme Gonçalves [advogado do ex-ministro] (…) há indícios de pagamentos de despesas de Paulo Bernardo, com dinheiro saído de um ‘Fundo Consist’”. Consist era a empresa que possuía o contrato com o ministério.

Nem vem
O juiz também rejeitou argumento de Guilherme Gonçalves de que buscas em seu escritório violaram prerrogativas da advocacia e que deveria ser consultado.

Rápidas

* A ministra Cármen Lúcia havia marcado para esta semana o tradicional almoço de confraternização de fim de ano entre os magistrados do Supremo Tribunal Federal. Havia, inclusive, orientado que levassem esposas. Por falta de clima, a festa acabou sendo cancelada.

* Em dois meses, funcionários do Superior Tribunal de Justiça emagreceram mais de 600 quilos, no programa “De olho na balança”. Em 2017, o STJ completa 10 anos sem fritura no restaurante, com redução média de 125 calorias diárias e o fim do descarte de 40 mil litros de óleo.

Fosfosol

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O ministro Luiz Fux decidiu na quinta pelo controle prévio de constitucionalidade de um projeto de lei em tramitação. E foi criticado por Gilmar Mendes. Em 2013, Gilmar relatou um caso semelhante e deu decisão idêntica à de Fux. Há três anos, Fux acompanhou a divergência vitoriosa, dizendo que o mandado de segurança sequer deveria ser apreciado.

Fogo amigo

A certeza interna de integrantes do governo é a de que um dos maiores interessados no fracasso do governo Temer tem nome e sobrenome: Geraldo Alckmin. Se naufragar, bom para o governador de São Paulo, que não participa desta gestão. Caso seja sucesso, saem ganhando os apoiadores Aécio Neves e José Serra, concorrentes internos de Alckmin no PSDB.

Toma lá dá cá
Luis Inácio Adams, advogado e ex-ministro de Dilma Rousseff

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A corrupção flagrada pela Lava Jato é generalizada?
As investigações fortalecem a percepção de que todo mundo que recebeu dinheiro de empresa está envolvido em corrupção, o que não é verdade. Essas doações estarão contaminadas caso se saiba que, ao pedir apoio, o político tinha ciência (do esquema de corrupção) e aceitou como uma espécie de troca.

Mas dá para conceber a ideia de que os grandes players deste jogo não soubessem que a Odebrecht repassava dinheiro fruto de corrupção?
A Justiça não pode julgar por especulações. Por mais que a corrupção seja sistêmica – e a Lava Jato escancarou esse processo sistêmico – a realidade não atinge a maioria.

Acha que o presidente Michel Temer consegue concluir o mandato?
Acho que ele não renuncia. O presidente acredita realmente que pode fazer algo de bom pelo Brasil. Existe uma honestidade nas pretensões. Mas acho que ele segue se viabilizando enquanto mantiver o Congresso (como aliado) e conseguir mostrar aos parlamentares que é capaz de reverter a expectativa negativa da economia e da política.

Fica, vai ter bolo

Fortalecido internamente com a Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem recebido manifestações de procuradores para um terceiro mandato. Embora a legislação não impeça a recondução ao cargo, ele teria outros dois grandes obstáculos: ser escolhido por Michel Temer e ser aprovado pelo Senado.

Turistando


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André Esteves visitou na quinta-feira 15 a sede do Ministério Público Federal em Curitiba, onde está concentrada a força-tarefa da Lava Jato. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, Kakay, que o atende em Brasília, nega que ele esteja negociando delação premiada. A advogada Sonia Rao não foi encontrada para comentar.


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