Foi no clima de “redenção” que Bruno Fratus celebrou a medalha de prata nos 50 metros livres no Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste, na Hungria. Neste sábado, ele só ficou atrás do norte-americano Caeleb Remem Dressel, um dos fenômenos da competição, na prova mais veloz da natação.

“É quase um sentimento de redenção. Eu não me considero um nadador extremamente talentoso. Lógico que tenho algum talento. Mas são muitos anos de natação. Comecei a treinar pesado com 15 anos, estou com 28 agora. Só treze anos depois estou subindo no pódio com um vice-campeonato mundial. Foram muitos metros, treinos, dores. Muito esforço”, destacou o nadador, em entrevista ao Sportv.

A “redenção” se deve principalmente ao resultado considerado decepcionante na Olimpíada do Rio de Janeiro. Um dos raros brasileiros com chances de medalha na natação nos Jogos de 2016, Fratus foi apenas o sexto colocado nos 50m livre. A decepção, enfim, foi superada neste sábado.

“A única mensagem que queria deixar é que a medalha não é só minha. Ela é de todo moleque, de toda menina que se pergunta se vale a pena ir treinar. Recebo muitas mensagens em redes sociais de meninos me perguntando se vale a pena treinar, se vale a pena insistir. Vale e vale muito a pena!”, declarou o nadador de 28 anos.

Nesta mesma final, Fratus competiu contra o compatriota Cesar Cielo. Recordista mundial da prova, o brasileiro não conseguiu passar do oitavo e último lugar na final. Ao fim da prova, Fratus exaltou o companheiro.

“Cesar Cielo é o melhor velocista de todos os tempos. Melhor do que Alexander Popov, do que Gary Hall Junior. É o melhor, isso é indiscutível. A natação e o esporte brasileiros devem muito a ele. O legado dele é inabalável, está aí de novo”, declarou o medalhista de prata.

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Cielo encarou o Mundial de Budapeste como uma última chance em sua carreira. E vem obtendo sucesso. Finalista dos 50m livre, foi prata no revezamento 4x100m livre no domingo passado. Depois da final, se mostrou animado com o futuro e indicou que deve seguir competindo em alto nível nos próximos meses.

“Ele passou por uma fase ruim no ano passado, mas está aí de novo”, disse Fratus. “Todo mundo tem uma fase ruim. Mas ele conseguiu se reerguer, entrou na final. Só disse ‘parabéns’ para ele depois da prova, por ele estar aqui, por estar brigando. Ele não fez número na final, ele brigou”, destacou.


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