Desempregada há um ano, a professora Sabrina Bispo, de 33 anos, saiu de Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio, às 3 horas de terça-feira, 7. Após duas horas em trem e van, chegou ao centro de Itaguaí, na região metropolitana, onde se juntou a cerca de 2 mil pessoas. A multidão se organizava numa fila que, pela manhã, contornaria a sede da prefeitura duas vezes. Era formada por candidatos a uma das 580 vagas temporárias de emprego oferecidas pelo município.

Sabrina perdeu o emprego numa creche particular e não conseguiu recolocação. “Costumo ouvir falar que está difícil para quem não tem estudo. Estudei tanto, lutei para concluir a minha graduação em pedagogia e estou enfrentando a mesma dificuldade”, afirmou Sabrina.

O Estado do Rio teve 26,4 mil vagas de trabalho fechadas em janeiro – o pior desempenho no País, segundo o Ministério do Trabalho. A prefeitura de Itaguaí abriu as vagas, em caráter de urgência, para a Secretaria de Educação, com salários entre R$ 797,19 e R$ 1.395,74.

São dois dias de inscrição e a seleção será feita por currículo. A contratação será válida por 6 meses, renováveis por 2 anos. Professora, Rozimere Muniz de Souza Silva, de 43 anos, vai concorrer ao cargo de auxiliar de creche. “Tem o dobro de vagas. A chance de ser contratada é maior.”

Os salários de novembro e dezembro, 13.º e férias dos servidores municipais não foram pagos no ano passado. A prefeitura informou que o prefeito Charlinho Busatto (PMDB) herdou dívida de R$ 65 milhões. Os pagamentos de 2017 estão em dia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.