Tinha tudo para ser um festival perfeito, mas, devido à forte chuva que desabou em Brasília na última sexta-feira, 23, a organização do Satélite 061, realizado na capital federal no sábado, 24, e domingo, 25, sofreu para finalizar a montagem dos dois palcos e, consequentemente, promover a passagem de som nos horários estipulados. Resultado: atraso em todas as apresentações e o cancelamento do show da banda Baiana System.

Entre junho e setembro, o tempo costuma ficar bastante seco na região centro-oeste. São Pedro, no entanto, tratou de mudar o cenário desértico com um temporal intenso no final da tarde de sexta, 23, e começo da manhã de sábado, 24. A chuva inesperada prejudicou a preparação dos palcos e as respectivas passagens de som. A banda Nova Raiz, do Distrito Federal, estava prevista para abrir o festival às 16h. O grupo, no entanto, só subiu ao palco principal às 19h30, quase quatro horas depois.

O efeito dominó dos atrasos ficou incontrolável. Para reduzir os danos e conter a impaciência do público, a performance de Consuelo, que aconteceria no sábado, às 22h15, foi remanejada para o domingo. O show de Elza Soares, que encerraria a primeira noite da 5ª edição do Satélite 061, foi antecipado. Já passava da 1h30 quando a mulher do fim do mundo surgiu com sua voz de trovão para encantar os fãs persistentes que marcavam presença na Torre de TV, no Eixo Monumental.

Fióti, que deveria se apresentar às 2 h, só conseguiu cantar às 3 h. Antes dele, todavia, um comunicado: devido aos atrasos, o show da banda Baiana System, que tocaria por último, havia sido cancelado. O anúncio revoltou alguns fãs do grupo, que foram até a cidade só para assistir ao show.

No domingo, 25, o show intimista Espelho d’Água, de Gal Costa, encerrou com delicadeza e maestria o conturbado Satélite 061. A força da voz da intérprete driblou a chuva e soube reanimar o público que parecia um pouco disperso. Acompanhada só pelo violão de Guilherme Monteiro, a apresentação de Gal não teve bateria eletrônica, percussão, metais, teclados ou efeitos no microfone. O que se tinha ali era uma Gal em sua mais pura essência. A voz, portanto, foi a única protagonista do espetáculo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.