31/10/2016 - 13:07
Nascido há quase 500 anos, depois do desafio de Martinho Lutero à autoridade do Papa, o protestantismo agrupa uma miríade de Igrejas – luteranas, reformadas, evangélicas, etc.- integradas por cerca de 800 milhões de fiéis.
31 de outubro de 1517
É o ponto de partida do movimento da Reforma. Nesta data, o teólogo alemão Martinho Lutero difundiu suas “95 teses”, frases curtas na quais criticava o comércio das indulgências – um sistema de perdão dos pecados da Igreja Católica para financiar a construção da Praça de São Pedro no Vaticano – e questionava a autoridade do Papa Leão X, que excomungou o monge em 1521.
A mensagem de Lutero se expandiu rapidamente pela Europa graças à imprensa.
Três facções principais
Originalmente, se distinguem três grandes facções na Igreja Reformada: as Igrejas luteranas herdadas do pensamento de Lutero, as Igrejas calvinistas (reformadas ou presbiterianas) e a Igreja anglicana.
O calvinismo designa a corrente inspirada pelo teólogo e reformador francês João Calvino, que concebeu, com um enfoque rigoroso, um novo modo de funcionamento da Igreja em Genebra, a partir de 1536.
O anglicanismo nasce de uma disputa política entre o rei da Inglaterra, Henrique VIII, e o papa Clemente VII, que negou, em 1530, cancelar seu casamento com Catarina de Aragão. Estruturada como a Igreja católica, a Igreja anglicana é considerada o meio do caminho entre o catolicismo e o calvinismo.
Múltiplas subdivisões
As ramificações da Reforma são múltiplas, dos anabaptistas e as congregações puritanas aos metodistas, batistas, evangélicos e pentecostais.
O Museu Virtual do Protestantismo (https://www.museeprotestant.org/) distingue “cinco famílias principais”: as Igrejas luteranas, reformadas, evangélicas, anglicanas e pentecostais.
A esta se acrescentam correntes paralelas, como os adventistas do sétimo dia, os unitaristas ou os menonitas, como os “amish” dos Estados Unidos, que rejeitam usar qualquer tecnologia moderna.
Três grandes princípios
A Igrejas protestantes se reúnem em torno de três princípios fundamentais: a preponderância da Bíblia (“a única Escritura”), a importância da fé (“a única Fé”), que se pratica de forma pessoal, e a noção de graça (“a única Graça”), que permite salvar o homem sem a noção de mérito e redenção do catolicismo.
Mais de 800 milhões de fieis
Repartidos em uma variedade de Igrejas, a quantidade de protestantes em todo mundo é difícil de avaliar, enfatiza a enciclopédia católica Théo.
O centro de pesquisas independente americano das religiões Pew Research Centre calcula que há cerca 801 milhões de protestantes em termos gerais no mundo, segundo relatório de 2011.
De acordo com um balanço do Museu Virtual do Protestantismo, os evangélicos seriam 500 milhões, os pentecostais, 200 milhões; os anglicanos, 70 milhões; os luteranos, 65 milhões e os reformados 50 milhões.