As famílias de seis vítimas do desastre aéreo da Germanwings processaram nesta segunda-feira na Espanha a empresa alemã e sua matriz Lufthansa por responsabilidade civil na tragédia, que deixou 150 mortos, informaram seus advogados em um comunicado.

A ação foi ajuizada em um tribunal comercial em Barcelona e nela exigem indenizações pela suposta responsabilidade das companhias aéreas no caso, que ocorreu em 24 de março de 2015.

As famílias e seus advogados consideram que a Lufthansa e a sua filial Germanwings deveriam ter afastado o co-piloto Andreas Lubitz, que lançou o avião contra os Alpes franceses.

Aproveitando-se da ausência momentânea do comandante, Lubitz, de 27 anos, trancou-se na cabine e derrubou o avião, que voava entre Barcelona (Espanha) e Dusseldorf (Alemanha).

Seus 150 passageiros, incluindo 72 alemães e 50 espanhóis morreram. Lubtiz sofria de depressão.

“O co-piloto estava doente, mas a Lufthansa deveria ter detectado. Este homem apresentava sintomas suficientes”, declarou numa coletiva de imprensa em Barcelona Narcís Motjé, o pai de uma das vítimas e porta-voz das seis famílias.

Motjé criticou a decisão da justiça alemã de arquivar em janeiro a investigação, considerando o co-piloto como único responsável.

Em paralelo, segue em andamento outra investigação da justiça francesa em Marselha (sul).

O advogado das famílias, Carlos Villacorta, se recusou a revelar a indenização pedida, mas chamou “de insulto” o valor oferecido pela empresa.

Ainda assim, 90% das famílias espanholas decidiram aceitar a indenização acordada num processo de conciliação judicial realizado em Barcelona, ​​de acordo com a Associação de Afetados do Voo GWI 9525, que agrupa as famílias espanholas.

Na semana passada, por ocasião do segundo aniversário da tragédia, o pai do co-piloto questionou a versão de suicídio estabelecida pelas justiças alemã e francesa.

As associações espanhola e alemã das vítimas consideraram suas declarações como provocativas e desrespeitosas.