Cerca de cem familiares de presos se congregaram nesta quinta-feira diante do hospital Puerto Ayacucho, à espera de receber os corpos dos 37 mortos na rebelião em um centro de detenção da cidade.

A rebelião ocorreu em uma prisão da cidade que fica no estado de Amazonas, no sul da Venezuela, na fronteira com o Brasil e a Colômbia.

A Assembleia Constituinte designou nesta quinta-feira uma comissão, presidida pela constituinte Iris Varela, ex-ministra de Serviços Penitenciários, para investigar o ocorrido. O Parlamento de maioria opositora também investigará.

O Ministério Público confirmou que, nos incidentes, 14 funcionários ficaram feridos, embora não tenha precisado se entre os falecidos há agentes.

O governador de Amazonas, o opositor Liborio Guarulla, denunciou no Twitter um “massacre” com a entrada da unidade especial do Ministério do Interior no centro de reclusão.

Segundo as ONGs defensoras do direitos dos réus “Una Ventana a la Libertad” e Observatório Venezuelano de Prisões, os 37 mortos são internos.

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Guarulla afirmou que no centro de detenção havia 105 presos.

A revolta trouxe novamente à tona a crise penitenciária na Venezuela, marcada por frequentes confrontos entre presos e denúncias de violações dos direitos humanos, assim como mortes por falta de alimentos e medicamentos.

Em 26 de abril passado, um confronto entre grupos adversários deixou 12 mortos e 11 feridos na prisão de Puente Ayala, na cidade de Barcelona.

Um mês antes, foram encontrados os corpos de 14 pessoas em uma fossa na Penitenciária Geral da Venezuela, em San Juan de Los Morros, no centro do país.

Desde julho de 2011, o governo deflagrou um plano para pacificar as prisões e adequá-las aos padrões internacionais.

No total, há 50 prisões no país, e segundo o governo, 98% funcionam sob o novo regime.

A maior rebelião carcerária da história da Venezuela ocorreu em 2013, na prisão de Uribana (estado de Lara), quando cerca de 60 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas.


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