O Facebook informou que está revisando suas políticas de anúncios publicitários para evitar direcionamentos “discriminatórios”, após uma reportagem indicar que os anunciantes podem dirigir suas mensagens a categorias de potenciais clientes como “pessoas que odeiam judeus”.

A maior rede social do mundo anunciou a mudança após o site de jornalismo investigativo sem fins lucrativos Pro Publica revelar, na quinta-feira, que os filtros do Facebook possibilitavam aos anunciantes direcionarem a publicidade a segmentos específicos, inclusive os antissemitas.

O gerente de produtos do Facebook, Rob Leathern, disse nesta sexta-feira que a empresa mudou sua política de orientação de anúncios depois de se inteirar da reportagem, garantindo que as mensagens que representam “discursos de ódio” são proibidas na rede social.

“Nossos padrões comunitários proíbem estritamente atacar as pessoas com base em suas características pessoais, inclusive religião, e proibimos os anunciantes de discriminarem as pessoas com base em religião e outros atributos”, disse Leathern numa declaração enviada à AFP.

“Contudo, há momentos em que aflora em nossa plataforma conteúdo que infringe nossos padrões. Neste caso, eliminamos os campos de segmentação associados. Sabemos que temos mais trabalho a ser feito, mas também estamos construindo novos muros de contenção no nosso produto e revisando processos para evitar que esses problemas se repitam no futuro”, explicou.

A equipe da Pro Publica explicou que se registrou no sistema de anúncios automatizados do Facebook e descobriu “pessoas que odeiam judeus” como uma das categorias possíveis, com 2.274 membros atribuídos a ela. Eles foram registrados neste grupo após terem expressado seu interesse por temas como “Como queimar judeus”, ou “História sobre por que os judeus destroem o mundo”.

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Os anúncios direcionados não se destinam a grupos tão pequenos, portanto, o sistema sugeriu como alternativa a categoria “Segunda Emenda”, como é conhecido o direito garantido na Constituição dos Estados Unidos ao porte de armas. O sistema tinha relacionado os entusiastas das armas aos antissemitas.

O informe destacou que as categorias antissemitas foram criadas por algoritmos, e não pessoas, baseando-se em informações que os usuários do Facebook postam em seus perfis e outros dados.

“Para ajudar a garantir que a focalização não seja usada com fins discriminatórios, estamos eliminando esses filtros até que tenhamos processos adequados para ajudar a prevenir esse problema”, disse a empresa em uma declaração.


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