São Paulo, 19/07 – A exportação de café solúvel, extratos e concentrados alcançou 37.054 toneladas no primeiro semestre, equivalente a 1,606 milhão de sacas de 60 kg. O resultado corresponde a uma queda de 12,4% em comparação com o mesmo período do ano passado (1,834 milhão de sacas). Os dados são do Conselho dos Exportadores de café do Brasil (Cecafé), compilados pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).

Em compensação, a receita cambial no período subiu 10%, para US$ 298,608 milhões. Conforme a Abics, a queda no volume exportado é provocada principalmente pela perda de clientes. Contratos deixaram de ser fechados a partir do segundo semestre de 2016, no auge da crise de preços e abastecimento de conilon (robusta) para a indústria.

“O momento atual inspira muita preocupação porque, muito embora a colheita de conilon esteja próxima de 90% do total, persistem as dificuldades de aquisição de grandes volumes por parte dos compradores”, informa a Abics, em relatório.

Mantido esse desempenho, a Abics projeta uma redução da exportação da ordem de 500 mil sacas até o fim do ano, devolvendo ao café solúvel brasileiro o mesmo nível da exportação de 2014. “Esse cenário implica que será engolido todo o trabalho e todo o resultado positivo alcançado em 2015 e 2016, quando se registrou 11% de crescimento após oito anos de estagnação”, relata a Abics.

A associação destaca que a única linha de financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) utilizada pelo setor é destinada especificamente para capital de giro. No Plano Agrícola e Pecuário 2017/18, o governo manteve a mesma taxa de juros de 11,5% ao ano para essa linha, contrariando a expectativa da indústria, que aguardava juros menores, por causa da queda da taxa Selic, que era de cerca de 14% no ano civil.

A Abics informa, ainda, que o setor se mobiliza com o governo para negociar e fechar acordos tarifários com países que aplicam altas taxas na importação do produto nacional. O Brasil exporta café solúvel para cerca de 120 países, mas o setor sofre com tarifas de importação em, pelo menos, 75% desses destinos, com taxas que variam de 5% a 40%.

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O setor definiu como prioridade 36 destinos, incluindo a União Europeia (UE), que aplica tarifa acima de 5%. Também foi incluído o Japão, quarto maior destino do café solúvel nacional, que aplica tarifa de 8,8%, além da Indonésia, sexto maior importador, que recentemente alterou sua tarifa de 5% para 20%.S


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