A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) espera a adesão de até 1 mil funcionários ao seu programa de demissão voluntária (PDV) até o final deste mês, o que deve gerar uma redução de custo da ordem de R$ 200 milhões, indicou nesta quarta-feira, 16, o superintendente de controladoria da estatal mineira, Leonardo Magalhães, durante teleconferência com analistas e investidores. Até o fim de junho, a companhia anotou a adesão de 891 pessoas, com uma despesa de R$ 165 milhões.

De acordo com o executivo, a maior parte dos empregados que devem aderir ao programa está na distribuidora do grupo (Cemig D), o que deve beneficiar a empresa, que vem registrando resultados fracos nos últimos trimestres. Somente no segundo trimestre, a distribuidora registrou um Ebitda negativo de R$ 103 milhões, revertendo os R$ 40 milhões positivos adotados na mesma etapa do ano passado, enquanto o prejuízo mais que quadruplicou, passando de R$ 51 milhões para R$ 240 milhões.

“É uma oportunidade grande para a distribuidora capturar”, disse, indicando que a unidade deve se beneficiar de uma menor pressão de custo ao final do processo. Entre abril e junho, a companhia anotou uma despesa com PDV de R$ 123 milhões, referente à adesão de 705 pessoas, mas Magalhães destacou que o retorno desse “investimento” é rápido. “É um investimento que se paga entre 8 e 10 meses”, afirmou. Ele destacou que a companhia deve realizar reposições mais baratas e em número menor que as demissões.

Além do PDV, o superintendente também destacou outras iniciativas para reduzir os custos da distribuidora, como uma revisão das provisões judiciais e um esforço para reduzir as Perdas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD). “As provisões trabalhistas do segundo trimestre vieram em valor muito alto, mas vêm passando por uma reavaliação. A expectativa é que provisões nos próximos trimestres venham abaixo do primeiro semestre”, disse.

Já a PCLD já recuou no segundo trimestre deste ano, recuando a 1,8% da receita, após alcançar um pico de 2,13% no quarto trimestre do ano passado. “Esperamos conseguir reduzir ainda mais; PDD demanda um acompanhamento constante da companhia”, disse.

Revisão tarifária

Magalhães indicou que além da redução dos custos, a Cemig D deve apresentar uma melhora do desempenho operacional no próximo ano a partir da revisão tarifária pela qual passará. A intenção da companhia é conseguir convencer a agência reguladora da eficiência de seu patamar de custos mais elevado, buscando uma maior cobertura tarifária dos custos regulatórios. A justificativa seria o tamanho da área de concessão e a capilaridade da rede, com quase 600 mil quilômetros de linha.

“Estamos arrumando a casa e com a revisão a distribuidora terá outra oportunidade de buscar eficiência e recuperar os custos dentro das tarifas”, disse.