WASHINGTON, 17 FEV (ANSA) – A situação do ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn se complicou ainda mais nesta sexta-feira (17) após o Pentágono não encontrar um comprovante de pagamento feito pelos russos a ele e ao seu Departamento, informaram o jornal “Washington Post” e a emissora “Fox News”.   

O caso refere-se a uma entrevista dada por Flynn em Moscou em 2015. Na época, ele foi convidado pela emissora “Russia Today” para dar a entrevista nas comemorações de 10 anos do canal ao lado do presidente russo, Vladimir Putin.   

Em dezembro daquele ano, o próprio general confirmou que foi pago para dar a entrevista durante uma conversa com o jornal norte-americano “Washington Post”, dizendo que foi uma “oportunidade paga de falar”. “Eu fui bem pago. O orador do escritório foi bem pago, baseado em nosso contrato”, disse à época.   

No entanto, segundo uma carta enviada pelo secretário do Exército, Robert Speer, para o deputado democrata Elijah Cummings, que faz parte da comissão de controles, “foi feita uma busca por documentos registrados e não foi encontrado nenhum documento” sobre esse pagamento.   

Com isso, Flynn violou as regras do Pentágono, que exige que militares aposentados informem sempre que receberem renda de outros países. A busca foi solicitada pelos democratas após o escândalo que causou a demissão do general.   

Flynn saiu do posto após a mídia norte-americana revelar que o FBI tinha interceptado conversas entre ele e o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak”, em que ambos conversaram sobre as sanções impostas pelo então presidente Barack Obama contra diplomatas de Moscou. A ligação, no entanto, foi feita no fim de dezembro, antes de Flynn assumir o posto.   

O que agravou a situação foi o fato de que o ex-assessor mentiu para o vice-presidente, Mike Pence, dizendo que a conversa foi apenas de rotina e que não havia comentado as sanções.   

Hoje, Trump recebeu mais um revés com a recusa do vice-almirante Robert Harward para assumir o cargo deixado por Flynn. (ANSA)