A euforia dos investidores com a notícia da privatização da Eletrobras deu o tom dos negócios com ações nesta terça-feira, 22, e levou o Índice Bovespa a uma alta de 2,01%, aos 70.011,25 pontos, maior patamar desde 19 de janeiro de 2011. As ações da estatal de energia elétrica dispararam 49,30% (ON) e 32,08% (PNB) e contagiaram todo o mercado, que movimentou R$ 11,1 bilhões, volume bem acima da média das últimas semanas. Com o forte otimismo, a bolsa acabou por minimizar os ruídos do cenário político, que trouxeram instabilidade a outros mercados no final dos negócios.

Se ao anunciar a intenção de desestatizar a Eletrobras o governo buscou obter ganhos fiscais indiretos e melhorar a imagem do País, o mercado viu boas oportunidades de investimento, não apenas por meio da Eletrobras, mas também com outras empresas com controle ou participação estatal. A ausência de um modelo de venda não impediu as firmes ordens de compra dos papéis, embora alguns analistas tenham mostrado cautela com a falta de detalhamento da operação.

“O mercado adora a palavra ‘privatização’ e recebeu a notícia com euforia. Esse otimismo foi alimentado pela expectativa de que o governo siga no plano de desestatizações e coloque em prática um pacote de incentivo à infraestrutura”, explica Pedro Galdi, analista da Magliano Corretora. Apesar de considerar a notícia bastante positiva, o profissional defende a cautela antes da divulgação do modelo de venda.

Apesar de ter ficado em segundo plano, o cenário internacional também foi influência positiva para os negócios com renda variável. As bolsas de Nova York tiveram ganhos expressivos e as commodities tiveram um dia de valorização. As ações da Petrobras tiveram ganhos de 3,70% (ON) e 3,37% (PN). Vale ON ganhou 0,35%. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a acumular alta de 6,21% em agosto e de 16,25% no ano.

No cenário político, o imbróglio em torno da votação da Taxa de Longo Prazo (TLP) na comissão mista da Câmara, que foi suspensa em meio a intensos desentendimentos entre base do governo e oposição, teve influência nos mercados de câmbio e juros, mas pouco influenciou os negócios com ações, que manteve o otimismo até o final dos negócios.

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