Das declarações de que os muçulmanos comemoraram o 11 de setembro até as acusações contra Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta quinta-feira suas polêmicas afirmações apelando para seu “instinto”.

“O que posso dizer? Costumo ter razão. Funciono por instinto e acabo sendo uma pessoa que sabe como a vida funciona”, afirmou o presidente dos Estados Unidos durante entrevista à revista Time.

“Funciono muito por instinto, mas meu instinto demonstra ser justo”, acrescentou na conversa na qual, por diversas vezes, repreendeu o jornalista que o entrevistou.

“Previ muitas coisas. (…) Disse que o Brexit ganharia e todo mundo riu. E o Brexit venceu”, lançou.

Quando foi questionado em junho do ano passado sobre este tema na véspera da histórica votação, o candidato republicano se mostrou muito menos categórico: “não faz falta que as pessoas me escutem porque não me interesso muito pelo assunto”, declarando ser favorável à saída do Reino Unido da União Europeia.

Milhões de pessoas votaram ilegalmente na eleição de 8 de novembro, como você afirmou repetidas vezes?, perguntou o jornalista.

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“Acredito que irão ver que também tenho razão sobre isso”, respondeu Trump.

Nenhuma prova de fraude em massa nas eleições de 2016 foi encontrada até agora. Esta teoria foi categoricamente descartada pela maioria dos políticos do partidos Democrata e Republicano.

E sobre as afirmações, não corroboradas por algum fato concreto, segundo as quais os muçulmanos de Nova Jersey comemoraram o anúncio do atentado de 11 de setembro de 2001?

“Fale com o jornalista. [Ele] escreveu a história no Washington Post”, afirmou Donald Trump, evocando o artigo que o citou durante a campanha.

“Eu não afirmo, eu cito”

E a declaração de que o pai do senador Ted Cruz, seu ex-adversário republicano, foi visto com Lee Harvey Oswald, o assassino de John F. Kennedy?

“Estava no jornal”, afirmou o presidente americano. “Por que você diz que eu deveria me desculpar? Apenas citei o jornal”.

“Seu pai estava com Lee Harvey Oswald antes de ser morto”, disse Trump citando uma matéria do tabloide National Enquirer, durante as primárias disputadas com Ted Cruz.

Vendo o alcance de suas palavras, não seria preferível para um presidente dos Estados Unidos usar somente informações verificadas?, insistiu o jornalista.

“Eu não afirmo, eu cito”, respondeu Trump.

“Acredito que estarei novamente na capa”, disse depois. “Bati o recorde? Ninguém teve mais capas do que eu”, acrescentou.


A capa da revista se limita a uma pergunta impressa em letras garrafais vermelhas sobre um fundo preto: “A verdade está morta?”

Questionado sobre o editorial publicado na quarta-feira pelo Wall Street Journal em que o veículo expressa seu espanto pela falta de “respeito à verdade” do presidente, Trump considerou “uma vergonha”.

A quantidade de tuítes e acusações polêmicas, algumas sem comprovação, não representa um problema de credibilidade para o inquilino da Casa Branca?

“O país acredita em mim”, afirmou, destacando que reuniu “25.000 pessoas em um imenso estádio de basquete” no início da semana, em Kentucky.

“Por enquanto, considero que não estou indo tão mal, porque eu sou presidente e você não”, concluiu dirigindo-se ao jornalista.


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