As 106 estudantes de Chibok libertadas nos últimos meses das mãos do grupo jihadista nigeriano Boko Haram começarão as aulas na universidade em setembro, anunciou nesta sexta-feira a ministra de Assuntos da Mulher da Nigéria.

“As 106 meninas vão retomar a escola na Universidade Americana (de Yola, no nordeste) a partir de setembro”, declarou Aisha Alhassan em um comunicado, detalhando que 24 delas já tinham começado as aulas.

Em uma coletiva de imprensa em Abuja, a ministra deu vários detalhes sobre a situação de algumas das jovens, que passaram cerca de três anos sequestradas pelo grupo jihadista.

Uma delas teve que fazer várias cirurgias na perna e agora usa uma prótese. Outra deu à luz quatro bebês durante o cativeiro, afirmou Alhassan.

As estudantes receberam um apoio psicológico muito importante, detalhou a ministra. “Os problemas anteriores de lembranças, insônia e pesadelos agora estão controlados”, acrescentou.

Um total de 276 meninas foram sequestradas em abril de 2014 em uma escola de Chibok (estado de Borno), o que gerou uma onda de indignação internacional.

Em maio, 82 meninas foram libertadas, ao final de uma série de negociações com os insurgentes islâmicos. Em outubro de 2016, 21 delas foram trocadas por prisioneiros. Outras três foram encontradas pelo exército e 57 conseguiram escapar no momento do sequestro.

Boko Haram, que significa “a educação ocidental é um pecado”, realiza campanha sanguinárias contra professoras e estudantes no nordeste da Nigéria, onde quer instalar seu Califado.

A organização extremista utiliza os sequestros em massa para recrutar, e já raptou dezenas de milhares de pessoas, que o exército nigeriano liberta à medida que vai avançando nos territórios ocupados pelos islamitas.