O estoque de operações de crédito do sistema financeiro caiu 0,2% em setembro ante agosto, atingindo R$ 3,109 trilhões, informou nesta quarta-feira, 26, o Banco Central. Em setembro de 2015, o estoque de operações de financiamento estava em R$ 3,164 trilhões. Em 12 meses, houve baixa de 1,7% e, no acumulado deste ano, queda de 3,4%.

Houve redução de 0,4% para pessoas jurídicas e alta de 0,1% para o consumidor em setembro em relação a agosto. Em 12 meses, a contração é de 6,5% para as empresas e alta de 3,6% para a pessoa física. No acumulado do ano, há baixa de 8,1% para as companhias e alta de 1,9% para as famílias.

De acordo com a autoridade monetária, o estoque de crédito livre caiu 0,2% no mês e cedeu 5,5% no acumulado do ano até setembro. Em 12 meses, recuou 3,9%. Já no caso do direcionado, também recuou 0,2% em setembro ante agosto, avançou 0,6% em 12 meses e teve baixa de 1,2% em 2016 até o mês passado.

No crédito livre, houve queda no saldo de 0,3% para pessoas físicas no mês, baixa de 0,6% no ano e alta de 0,4% no acumulado de 12 meses. Para as empresas, no crédito livre, houve redução de 0,1% em setembro, queda de 10,3% no ano e baixa de 8,2% em 12 meses.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 51,1% em agosto para 50,8% no mês passado. Em setembro de 2015, estava em 54,0%.

Spread médio

O spread bancário médio no crédito livre subiu de 40,6 pontos porcentuais em agosto para 41,2 pp em setembro, informou o Banco Central. O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 59,2 para 60,8 pontos porcentuais na comparação mensal. Para pessoa jurídica, o spread médio recuou de 18,6 para 18,0 pontos porcentuais no período.

O spread médio do crédito direcionado passou de 4,4 pp de agosto para 4,3 pp em setembro. O spread médio no crédito total (livre + direcionado) passou de 23,2 pp para 23,4 pp no período.

O BC informou também que a taxa de captação dos bancos no crédito livre passou de 12,3% em agosto para 12,2% em setembro. Em setembro de 2015, estava em 14,7%.

Habitação de pessoa física

As operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceram 0,6% em setembro ante agosto, totalizando R$ 528,278 bilhões, de acordo com o Banco Central.

Segundo o BC, R$ 65,785 bilhões se referem a empréstimos a taxas de mercado e R$ 462,493 bilhões a taxas reguladas. O BC deixou de incorporar nestes dados as operações com crédito livre, por serem residuais. No acumulado de 12 meses, o crédito para habitação no segmento de pessoa física registra alta de 8,6%.

As operações a taxas de mercado apresentaram estabilidade no mês, subiram 2,0% no ano e avançaram 3,1% no acumulado de 12 meses. Já os financiamentos a taxas reguladas avançaram 0,7% ante o mês anterior, 6,3% em 2016 até setembro e 9,5% em 12 meses encerrados em setembro.

Serviços

Houve variação de agosto para setembro do estoque de crédito nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. O crédito total caiu 0,4% na margem, para R$ 1,569 trilhão. A agropecuária subiu 0,3%, a indústria teve baixa de 0,7% e os serviços cederam 0,2%. No crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), a baixa foi de 0,4%.

O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 743,085 bilhões em setembro. Dentro desse setor, o comércio apresentou estabilidade (R$ 270,045 bilhões) no mês passado. Em transporte, cedeu 0,9%, para R$ 150,687 bilhões. Na administração pública, houve alta de 0,3%, para R$ 125,037 bilhões. A categoria “outros” apresentou estabilidade, de R$ 197,315 bilhões.

Para a indústria, o crédito recuou na margem para R$ 768,330 bilhões. Na construção, houve baixa de 0,9% no mês passado, para R$ 102,025 bilhões. A indústria de transformação cedeu 0,9%, para R$ 425,357 bilhões. Já os serviços industriais de utilidade pública (SIUP) registraram alta do crédito de 0,3% no mês passado, para R$ 201,426 bilhões. No caso da extrativa, houve uma queda de 3,3% em setembro, para R$ 39,523 bilhões.

Para o setor agropecuário, a alta foi de 0,3% em setembro ante agosto, para R$ 23,628 bilhões.

BNDES

Muito atrelados à variação cambial, os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuaram pelo quarto mês consecutivo, com queda de 1,3% de agosto para setembro, somando um total de R$ 577,801 bilhões, conforme dados do Banco Central apresentados nesta quarta. Em 12 meses, a queda está em 7,8%.

Em setembro, houve aumento de 0,7% nas linhas de capital de giro (R$ 14,903 bilhões), queda de 1,4% no financiamento ao investimento (R$ 549,926 bilhões) e alta de 0,2% nas modalidades para o setor rural (R$ 12,972 bilhões) por parte do banco de desenvolvimento.

O crédito do BNDES para pessoas físicas, que reúne operações contratadas diretamente com o banco de fomento ou realizadas por outras instituições financeiras por meio de repasses, ficou estável em setembro, em R$ 47,227 bilhões. A alta em 12 meses está em 4,5%.