Apoiadas pelos Estados Unidos, as forças antiextremistas sírias controlam mais de 90% da cidade de Raqa – informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) nesta quarta-feira (20), acrescentando que a batalha para reconquistar o reduto do Estado Islâmico (EI) pode estar chegando ao fim.

Há três meses sitiados nesta cidade do norte da Síria, os extremistas parecem incapazes de resistir aos intensos ataques aéreos da coalizão dirigida pelos Estados Unidos.

“Graças aos ataques aéreos intensivos da coalizão, em 48 horas, o EI se retirou de cinco bairros, o que significa que as Forças Democráticas Sírias (FDS) controlam agora 90% da cidade”, relatou o OSDH.

“Os extremistas perderam todos os bairros no norte de Raqa e estão confinados no centro da cidade”, acrescenta.

Em nota, as FDS indicaram que, nos últimos cinco dias, suas forças lançaram um ataque surpresa no norte da cidade, libertando vários setores e dispersando forças extremistas.

“Graças a esse avanço, estamos nas últimas etapas da campanha ‘Fúria de Eufrates’ (o nome da batalha de Raqa), que está chegando a seu fim”, acrescentaram as FDS.

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Segundo o diretor do OSDH, Abdel Rahman, com a morte de vários de seus membros nas últimas semanas, já não conseguem resistir em Raqa, porque estão ficando sem recursos militares e sem alimentos.

Os combatentes do EI também não conseguem atender a seus feridos e se retiraram para o centro da cidade, onde se sentem mais seguros.

As FDS entraram em Raqa no início de junho e, a cada dia, estão mais perto de se apoderar da cidade, a capital de fato do EI na Síria.

Rahman adverte, porém, que o avanço das FDS nos 10% que ainda faltam ser conquistados na cidade pode ser uma operação complexa por causa do grande número de minas espalhadas pelo EI.

A coalizão internacional dá um apoio crucial às FDS, uma aliança de combatentes curdos, majoritariamente, e árabes, que lançou uma grande ofensiva em novembro para expulsar o EI da cidade que era controlada desde 2014.

“Continuaremos com a campanha até atingir nosso objetivo”, garantiu o porta-voz da operação “Fúria do Eufrates”, Jihan Sheikh Ahmad, sem confirmar a cifra de 90% citada pelo OSDH.

As forças árabe-curdas estão realizando uma ofensiva em separado na província vizinha de Deir Ezzor, no leste do país, para expulsar os “jihadistas” dos territórios sob seu poder nessa região fronteiriça com o Iraque. É o último bastião do EI na Síria.

Deflagrado em 2011 com a repressão por parte do governo Bashar al-Assad de manifestações pacíficas contra ele, o conflito na Síria se transformou em uma complexa guerra, envolvendo países estrangeiros e grupos radicais em um território cada vez mais fragmentado.

Até agora, são mais de 330.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.


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