A Suprema Corte de Justiça em Washington determinou nesta segunda-feira que os legisladores republicanos do estado da Carolina do Norte eram culpados de projetar ilegalmente os círculos eleitorais, a fim de enfraquecer o voto dos negros.

Por cinco votos a três, a mais alta Corte do país deu razão às organizações militantes que denunciaram manobras “cujo objetivo era reduzir o poder político dos eleitores das minorias”.

“Salvo por razão convincente, um estado não pode utilizar a raça como um fator determinante para a definição dos círculos eleitorais”, declarou a juíza Elena Kagan, durante a leitura do acórdão, que deverá influenciar futuras eleições nos Estados Unidos.

A Carolina do Norte faz parte dos chamados “estados decisivos”, cujos resultados eleitorais oscilam a favor de republicanos e democratas. Cada voto pode fazer a diferença.

Supõe-se que os afro-americanos votem esmagadoramente nos democratas.

O mapa eleitoral da Carolina do Norte foi redesenhado em 2011, poucos meses após o ex-presidente democrata Barack Obama, alvo dos conservadores do Tea Party, perder a maioria na Câmara dos Representantes.

De acordo com a organização The Campaign Legal Center, “ao aumentar deliberadamente (acima de 50%) a concentração dos eleitores negros nos (círculos) CD1 e CD12, nos quais os eleitores negros já estavam em condições de eleger os candidatos de sua preferência, a Assembleia Geral (da Carolina do Norte) tentou atenuar a influência dos eleitores negros em outras regiões do estado”.