Na semana que passou, estive preocupado em me proteger do devastador furacão Irma, enquanto o Brasil falava da mostra “cultural” do Banco Santander. São imagens devastadoras também, ao menos para o cérebro das crianças (e elas estiveram na exposição, sem limite de idade). Tinha até pedofilia racista e zoofilia, um espetáculo de baixaria promovido com recursos públicos da Lei Rouanet.

A arte sempre teve um tom subversivo, e muitas vezes chegou a chocar. Mas eis a mudança na era pós-moderna: hoje tudo que choca é considerado arte. O intuito é só chocar, quebrar tabus, os poucos que restam. E se tudo é arte, nada é arte. Os “artistas” passaram a chamar lixo de arte, e isso é a morte da verdadeira arte.

Inúmeros brasileiros se revoltaram nas redes sociais, e milhares de correntistas do banco ameaçaram cancelar suas contas. O MBL assumiu a liderança de uma campanha contra a mostra, e o próprio Santander achou melhor encerrar a coisa, para desespero do curador, um sujeito ligado ao PSOL, que defende a ditadura venezuelana.

Após a decisão do banco, teve começo uma campanha de difamação da esquerda organizada. O MBL passou a ser acusado de “nazista”, uma ofensa aos judeus vítimas de Hitler. Boicote voluntário não é censura, e quem acabou com a mostra foi o próprio banco, percebendo que o tiro saíra pela culatra em termos de marketing de imagem.

A seletividade hipócrita da esquerda ficou exposta uma vez mais. O argumento de liberdade de expressão artística é claramente falso. Basta algumas comparações para deixar isso claro.

Enfiar uma cruz no ânus em praça pública é demonstração artística, mas desenhar uma charge de Maomé com bomba no turbante é uma ofensa gravíssima que justifica um atentado terrorista como resposta. Proibir com o uso do estado livros de Monteiro Lobato por racismo é reparação às injustiças passadas dos brancos malvados, mas boicotar voluntariamente uma mostra pornográfica com pedofilia e zoofilia bancada com verba pública é censura nazista de reacionário obscurantista.

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Como não perceber a hipocrisia? O duplo padrão da esquerda salta aos olhos, e o destaque está no denominador comum de toda essa marcha das minorias oprimidas: demonizar o homem branco ocidental e o cristianismo. Alguém consegue imaginar a mesma turma de “intelectuais” falando em liberdade de expressão diante de um quadro com um Maomé gay sendo sodomizado por Trump?

Quando eu era moleque e fazia alguma besteira, minha avó falava que eu estava “fazendo arte”, ou seja, aprontando. É a “arte” que a esquerda faz hoje: só porcaria! E para atacar os valores morais burgueses estão dispostos até a defender um banco internacional. Vale tudo para destruir o Ocidente “patriarcal”.

A arte sempre teve um tom subversivo, e muitas vezes chegou a chocar. Hoje tudo que choca é considerado arte


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