O Irã deteve um “espião” envolvido nas negociações nucleares com as potências mundiais, mas, até o momento, não apresentou acusações formais contra ele, anunciou neste domingo à imprensa o porta-voz do Judiciário.

“A notícia da prisão de um espião infiltrado é correta. Foram iniciadas ações legais contra ele, e o mesmo foi colocado em liberdade sob fiança”, afirmou Gholamhosein Mohseni Ejeie em coletiva de imprensa, citado pela agência governamental IRNA. “Mas as acusações contra ele ainda não foram provadas”, completou.

Em 16 de agosto, o promotor de Teerã anunciou a detenção de um homem iraniano de origem britânica suspeito de estar vinculado com os serviços de Inteligência do Reino Unido.

Os meios iranianos informaram que um binacional identificado como Abdolrasul Dorri Esfahani, um veterano de contabilidade que trabalha em assuntos bancários relacionados às negociações nucleares, havia sido detido por espionagem, mas não ficou claro se trata-se da mesma pessoa.

Irã, Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia negociaram durante mais de dois anos antes de assinarem um acordo histórico, em julho de 2015, que levantava várias sanções internacionais contra a economia iraniana em troca de que Teerã renunciasse à parte militar de seu programa nuclear.

O jornal Ramze Obur (Passcode) citou na quarta-feira o deputado conservador Javad Karimi Ghodusi, segundo o qual Dorri Esfahani “sabotou a equipe negociadora e entregou informações de inestimável valor aos Estados Unidos”, e assegurou que ele havia sido pago tanto por Washington quanto por Londres.

Contudo, a agência IRNA afirmou que o acusado não era membro da equipe negociadora nem do Ministério das Relações Exteriores, e que, unicamente, colaborava em “certos pontos, quando necessário, em nome de um dos setores econômicos do país”.