Representantes de 195 países deram início nesta terça-feira em Guadalajara, no oeste do México, à 45ª reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o maior órgão científico encarregado de avaliar este fenômeno, informaram as autoridades ambientais mexicanas.

“O México e outros países insistiram em que deve estar muito claro o objetivo e o eixo para a redução de emissões” de gases de efeito estufa, disse à AFP María Amparo Martínez, diretora do Instituto Nacional de Ecologia e Mudanças Climáticas do México, antes da sessão inaugural.

Além disso, “o IPCC tem que revisar os novos conhecimentos sobre outros eventos climáticos que são importantes, como os poluentes de vida curta”, acrescentou no início do encontro, que será concluído na sexta-feira.

Durante estes dias, os especialistas revisarão a informação científica existente para a elaboração de um relatório especial sobre oceanos e mudanças climáticas, e outro sobre desertificação, manejo sustentável e fluxos de gases de efeito estufa.

Estes relatórios devem estabelecer as bases científicas para que os governos do mundo todo elaborem políticas sobre as mudanças climáticas. Espera-se que ambos os estudos estejam finalizados em 2019.

Entre os poluentes de vida curta mencionados por Martínez está o carbono negro, emissão produzida pela combustão incompleta ou ineficiente de carburantes como o diesel, detalhou.

“Vamos ver quais são os pontos principais onde se requer ter informação e o grupo de trabalho fará uma revisão exaustiva de toda a bibliografia”, acrescentou.

O IPCC foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para oferecer aos governos uma visão científica sobre as mudanças climáticas.

O trabalho do grupo está por trás de pactos globais contra as mudanças climáticas, como o Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005, e o Acordo de Paris, assinado em 2015.

No evento também será discutido o papel do organismo na implementação do Acordo de Paris.

Nesse sentido, Martínez acrescentou que o guia metodológico para que os países realizem seus inventários de gases de efeito estufa será revisado e aperfeiçoado.