“Uma casa antiga que permanece com características antigas”, descreve o especialista em segurança pública e privada Jorge Lordello sobre o imóvel invadido no domingo, 3, no Morumbi, na zona sul de São Paulo. Segundo ele, a residência assaltada se diferenciava das demais da região principalmente por não ter nenhum tipo de barreira física em relação à rua, como muros e grades. “Você entra na casa pela porta de entrada. Não há nenhum obstáculo para colocar dificuldade”, aponta.

Outro aspecto do local que o especialista considera ultrapassado é a manutenção de um cofre. “Foi moda na década de 70. Isso não se usa mais. Muito pelo contrário: é um chamariz, mesmo que não tenha nada dentro. Pessoas que têm objeto de valor, como documentos e joias, hoje buscam cofres bancários”, comenta.

Como exemplo, Lordello compara a casa invadida à do vizinho, que foi atingida por ao menos oito disparos no mesmo dia. De acordo com ele, se não fossem as medidas de segurança tomadas pelo proprietário, como a colocação de muro alto, guarita blindada e porta reforçada, o local e seus moradores poderiam ter sofrido danos muito maiores. “Tem marca de tiro na parede, no portão, mas nenhum entrou na casa. O morador remodelou a casa para os tempo atuais”, afirma.

Além do investimento em equipamentos físicos e eletrônicos, o especialistas chama a atenção para outros três aspectos importantes para inibir ações do tipo: atenção, rapidez e vigilância ao entrar e sair de casa. De acordo com Lordello, grande parte dos assaltos ocorre porque a vítima é pega de surpresa ao não perceber a aproximação do criminoso. “Sempre digo que não há trabalho mais importante e lazer mais urgente que não possa ser feito em segurança”, diz.

Ele indica, portanto, que a pessoa deve estar “focalizada em segurança” ao chegar ou sair de casa. Por isso, utilizar celular ou falar com outros nesse momento não é recomendado – ainda mais porque o procedimento precisa ser o mais rápido possível.

Lordello ainda aponta a importância de analisar a situação da rua antes de se aproximar da entrada, seja por análise da própria, seja solicitando apoio de outros moradores ou empresas de vigilância. Dentro desse aspecto, portanto, estacionar o carro de ré é uma estratégia essencial. “Você tem a visão do que ocorre de frente e, se notar algo perigoso, pode arrancar com facilidade. Quem estaciona de frente perde a visão da parte de trás, que fica restrita ao retrovisor”, diz.