Após cinco anos de congelamento do apoio às energias renováveis, a Espanha prepara uma licitação de novos projetos, embora as empresas ainda denunciem a incerteza legal que freia os investimentos apesar da abundância de sol e vento.

No final de dezembro, o governo espanhol anunciou planos para dar apoio financeiro à instalação de 3.000 megawatts (MW), através de todo tipo de energias renováveis (eólica, solar, biomassa).

“É uma boa notícia para o setor. Há interesse, há talvez uma participação provavelmente alta de empresas”, afirma José Donoso, diretor-geral da União Espanhola Fotovoltaica, que reúne 250 companhias.

O chamado à licitação não será maior do que os realizados em outros países da Europa, mas o anúncio foi um acontecimento na Espanha após anos de paralisia.

O país foi um dos pioneiros nas energias verdes. O rápido desenvolvimento na década de 2000, subvencionado pelo governo socialista, foi freado, porém, pela crise de 2008 e, depois, pela moratória às ajudas decretada em 2012, após a chegada dos conservadores ao poder.

Para continuar crescendo, as empresas concentraram sua atenção além das fronteiras espanholas, em geral com sucesso.

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A Espanha se tornou, por exemplo, o terceiro exportador mundial de turbinas eólicas, graças principalmente ao fabricante Gamesa. A empresa exporta 100% de sua produção, devido à falta de clientes locais.

Agora, os olhares se voltam para o mercado interno.

“É fundamental que o mercado espanhol se reative”, afirma o diretor de Marketing da Gamesa, Juan Diego Díaz, acrescentando que, com isso, o grupo e seus fornecedores alcançarão um tamanho que lhes permita permanecer competitivos frente aos concorrentes estrangeiros.


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