O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta sexta-feira aos turcos da Alemanha que não votem no Partido Cristão-Democrata (CDU), no Partido Social-Democrata(SPD) e no Partido Verde nas legislativas de setembro, provocando a reação do governo alemão.

“Digo a todos meus compatriotas da Alemanha: não apoiem os cristãos-democratas, o SPD ou os Verdes. São todos inimigos da Turquia”, afirmou Erdogan à imprensa.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, reagiu e denunciou uma “ingerência de Erdogan na campanha alemã”.

“Esta ingerência de Erdogan na campanha eleitoral mostra que ele quer colocar as pessoas umas contra as outras na Alemanha”, afirmou.

O porta-voz do governo de Angela Merkel, Steffen Seibert, criticou também mais tarde as declarações de Erdogan. “Esperamos dos governos estrangeiros que não se metam em nossos assuntos internos”, escreveu na rede social Twitter.

As relações entre Turquia e Alemanha são muito tensas desde fracassado golpe de 15 de julho de 2016, pois Ancara acusa Berlim de ser indulgente com os terroristas ao abrigar separatistas curdos e supostos golpistas.

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A Alemanha, por sua vez, condena os expurgos realizados na Turquia depois do golpe, quando foram detidas mais de 50.000 pessoas.

O SPD, cujo candidato à chancelaria é o ex-presidente do Parlamento europeu Martin Schulz, e a CDU de Angela Merkel disputam as eleições de 24 de setembro, mas têm uma posição comum sobre a Turquia.

Os Verdes defendem uma linha mais dura contra a Turquia. Sua co-presidente, Cem Özdemir, que é de origem turca é muito crítica ao presidente Erdogan.


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