Ambientalistas e organizadores do 8º Fórum Mundial da Água – que vai ocorrer em Brasília de 18 a 23 de março do próximo ano – se reuniram hoje (15) na capital paulista para debater o engajamento da sociedade civil no evento, para o qual são esperados mais de 40 mil participantes, entre representantes de governos, da sociedade civil, empresários e especialistas. É a primeira vez que a mobilização ocorre no Hemisfério Sul.

O diretor de políticas públicas da organização SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, disse que a participação da sociedade civil é uma característica a ser ressaltada das experiências brasileiras. “O que nos diferencia de todos os modelos [do mundo], que tínhamos em torno de políticas públicas da gestão da água, é a garantia da participação da sociedade civil, dos segmentos organizados nos comitês de bacias. Temos que levar essa experiência para dentro de uma conferência como essa”, afirmou.

O lema do 8º Fórum Mundial da Água é “Compartilhando Água” e o tema é a sustentabilidade. “Estamos no Brasil, que tem 12% da água doce superficial do mundo, o maior trecho de floresta úmida, a Amazônia, um grande potencial de economia verde. Então, esse é o nosso mote. Temos que trabalhar a água na lógica da sustentabilidade”, disse Glauco Kimura, consultor do fórum e integrante do secretariado.

No Brasil, a organização do encontro tem a participação da Agência Nacional de Águas (ANA), da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) e da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). A proposta é que seja um espaço para trocar experiências, analisar problemas e buscar soluções para o uso consciente da água.

A estrutura temática do encontro está sendo elaborada de forma participativa por meio de uma plataforma digital de debates on-line chamada “Sua Voz”. Duas rodadas de discussões já foram feitas com cerca de 3 mil pessoas, segundo a organização. A terceira e última rodada ocorre neste mês e terá como tema os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Para o responsável pela comunicação do fórum, João Freire, o encontro é um processo amplo, mas a preparação também é um momento para a produção de conhecimento e soluções. “É uma oportunidade, porque propicia que, através do debate de experiências, se busquem soluções para pensar sobre o uso racional da água, aprender com experiências de outros países. Então, o fórum promove um grande debate, um diálogo global e democrático e por isso a importância deste evento”, disse.

O Fórum Mundial da Água ocorre a cada três anos. A edição do Brasil espera receber representantes de 120 países, com chefes de Estado de aproximadamente 70 deles.