Andrea Dovizioso chegou a comemorar a vitória, Danilo Petrucci também. Mas o improvável vencedor da etapa da Holanda da MotoGP em Assen, neste domingo, foi o australiano Jack Miller, que está acostumado a brigar na parte de trás do grid e quebrou um jejum de quase 10 anos na mais importante categoria da motovelocidade. Ele era o antepenúltimo na classificação geral da temporada.

Desde que o espanhol Toni Elias, então na Fortuna, venceu o GP de Portugal de 2006, nenhuma equipe independente ganhava uma prova na MotoGP. Miller corre com uma moto da Honda, mas pela equipe Marc VDS, que não recebe apoio da construtora no desenvolvimento do equipamento. Boa parte do grid é formada por equipes independentes, mas as primeiras posições costumam ser disputadas por Honda, Yamaha, Ducati, Susuki e Aprilla.

Em Hassen, a Ducati fazia um fim de semana melhor que das rivais. A ponto de Yonny Hernandez, 22.º e último colocado do Mundial, liderar com certa folga até a 11.ª volta. Foi quando começou a chover forte. Hernandez não segurou a moto e foi para o chão.

Andrea Dovizioso, que fez a pole position, assumiu o primeiro lugar, mas acabou ultrapassado por Danilo Petrucci, italiano da equipe Pramac Yakhnich. A direção da prova decidiu pela bandeira vermelha na 15.ª volta, quando Petrucci estava na frente, mas o resultado que valeria seria do complemento da volta anterior, que foi fechada com Dovizioso em primeiro.

A organização tinha até 10h (de Brasília) para reiniciar a prova, ou decretar a vitória de Dovizioso. A relargada aconteceu às 9h55, com a pista ainda muito molhada. Parecia um sabão para as motos. Valentino Rossi liderava com bastante folga quando foi para chão, o que também aconteceu com Petrucci, Dovizioso, Dani Pedrosa e Carl Crutchlow.

Marc Márquez, tão prejudicado por acidentes na temporada passada, desta vez tem a sorte ao seu lado. Ele assumiu a liderança, mas aparentemente preferiu não correr riscos. Foi ultrapassado por Miller e não apertou para retomar a ponta. Chegou em segundo e comemorou muito, como se tivesse vencido.

Afinal, abriu 24 pontos para Jorge Lorenzo na classificação geral – o rival da Yamaha fez uma corrida discretíssima e terminou só no 10.º lugar. Valentino Rossi não completou a prova e segue estacionado em terceiro, com 103 pontos, contra 145 de Márquez e 121 de Lorenzo. Dani Pedrosa também não pontuou e tem 82.