Elisabeth Moss pertence à polêmica igreja da cientologia, mas parece longe de uma tentativa de evangelizar. A questão religiosa, no entanto, ganhou força com a personagem que interpreta na série distópica “The Handmaid’s Tale”, pela qual venceu o Emmy neste domingo.

Em um país (Estados Unidos) regido por um governo teocrático, totalitário e cristão após uma guerra civil, June Osborne vira Offred, uma aia designada para trabalhar na Nova Inglaterra, na casa de um alto funcionário, e servir de barriga de aluguel, em um estupro que faz parte de uma cerimônia ritual.

Em uma foto publicada por Moss no Instagram ao final das gravações da primeira temporada, um usuário perguntou: “Isto não faz você pensar duas vezes na cientologia? Gilead (o país fictício que os Estados Unidos viram após a guerra) e a cientologia acreditam que qualquer fonte externa (como a imprensa) está equivocada e é diabólica. É muito interessante”.

Moss respondeu, segundo informações da imprensa, porque o diálogo foi apagado em seguida, que “isto não é verdade”.

“Liberdade religiosa e tolerância e entendimento da verdade e direitos iguais para todas as raças, religiões e credos são extremamente importantes para mim, o mais importante provavelmente. E Gilead e ‘THT’ me afetam em um nível muito pessoal”.

O objetivo da organização, fundada em 1953 pelo escritor de ficção científica Ron Hubbard, “é a iluminação espiritual e a liberdade para todos”.

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Moss foi criada na cientologia, mas nunca se mostrou fanática.

Nascida em uma família de artistas, ela começou cedo na profissão. Com cinco anos já fazia comerciais.

Na última década participou da aclamada série “Mad Men”, no papel de Peggy Olson, com uma interpretação muito elogiada e pela qual foi indicada seis vezes ao Emmy.

“Lizzy”, como é chamada pelos amigos, teve seu primeiro papel na minissérie “Lucky Chances” (1990). A atriz, nascida em Los Angeles em 1982, também participou de sete capítulos da elogiada “Picket Fences” (1992-1995).

Adulta, conquistou alguns papéis de coadjuvante em filmes independentes e participou das série “West Wing”. Mas o primeiro grande momento de sua carreira veio com Peggy Olsen, uma mulher revolucionária que foi promovida de secretária em uma agência de publicidade a cargos que na sociedade conservadora dos anos 1960 correspondiam apenas aos homens.

Peggy abriu novas portas para Elisabeth Moss, que aproveitou com escolhas desafiadoras, como os filmes “Rainha do Mundo”, “The Free World” e “Conspiração e Poder”.

Ela ganhou um Globo de Ouro pela primeira temporada da minissérie “Top of the Lake”, gravada com a cineasta Jane Campion, e também está no filme “The Square”, do sueco Ruben Östlund, que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes este ano.


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