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Em Belo Horizonte, Tribunal Regional Eleitoral colocou ônibus no Aeroporto de Cofins para justificativa de ausênciaLeo Rodrigues/EBC

A redução do tempo de campanha eleitoral, conforme estabelece a Lei 13.165/2015, não prejudicou o conhecimento dos candidatos, na opinião de eleitores que votaram hoje (2) em Belo Horizonte. De acordo com as novas regras, a campanha eleitoral foi encurtada de 90 para 45 dias, começando em 16 de agosto de 2016. O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV também foi diminuído de 45 para 35 dias.

Na chegada à sessão eleitoral, a médica Clea Gandra considerou a redução uma coisa muito boa. “Nós conhecemos os candidatos de antes. Se não conhecer, o problema é do povo. A maioria deles estava aí em cargos públicos nos últimos quatro anos”, opinou. Para ela, a pessoas precisam dar mais importância às eleições. “Eu tenho 70 anos e voto até hoje – e nem precisava. Eu acho que é a coisa mais importante que devemos fazer pelo país”.

Mudança de personagens políticos

A engenheira ambiental Luiza Guerra Camisassa seguiu a mesma linha. Ela acredita que foi tempo suficiente para as pessoas terem conhecimento sobre os candidatos, bastando apenas ter interesse. “Essas eleições tem uma importância muito grande no cenário político. Precisamos mudar as caras e o jeito de fazer política”.

A arquiteta Lena Pinheiro considerou ser grande a responsabilidade do eleitor. Para ela, a mudança no calendário eleitoral foi indiferente: não ajuda, nem atrapalha. “O tempo nunca é suficiente. Tem que ficar atenta ao que eles falam”.

Até quem não pôde votar considerou positiva a mudança na lei eleitoral. “Menos encheção de saco pra gente”, disse a engenheira Marília Rodrigues, eleitora de Itambacuri (MG). Ela justificou seu voto na capital mineira. Apesar de aprovar a novidade, Marília destacou que esta eleição municipal está marcada pela grande dificuldade para escolher candidatos.

A nova legislação foi criticada pelo atual prefeito Márcio Lacerda (PSB), que votou ao lado do seu candidato, Délio Malheiros (PSD). “Não houve informação suficiente para o eleitor”, lamentou. Segundo Lacerda, vários eleitores o pararam nas ruas para dizer que votariam nele, embora não fosse candidato.

Clima tranquilo

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Candidatos espalharam panfletos com propaganda eleitoral perto da Escola Lúcia Casasanta, em Belo HorizonteLeo Rodrigues/EBC

 

A votação em Belo Horizonte segue em clima tranquilo. O céu está nublado, mas não chove. Há muita sujeita na porta de algumas sessões eleitorais. Na entrada da Escola Municipal Secretário Humberto Almeida, na Região Nordeste de BH, a quantidade de panfletos espalhados pela rua impressiona. A reportagem também constatou a poluição nas vias de acesso ao Colégio Marconi, na região Oeste, e perto da Escola Lúcia Casasanta, na região Centro-Sul. A sujeira pode levar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) a aplicar multa aos candidatos.

Os 11 candidatos que disputam as eleições para a prefeitura da capital mineira já votaram: Alexandre Kalil (PHS), Délio Malheiros (PSD), Eros Biondini (PROS), João Leite (PSDB), Luís Tibé (PTdoB), Marcelo Álvaro Antônio (PR), Maria da Consolação (PSOL), Reginaldo Lopes (PT), Rodrigo Pacheco (PMDB), Sargento Rodrigues (PDT) e Vanessa Portugal (PSTU).

Segundo dados do TRE-MG, Belo Horizonte possui pouco mais de 1.927.460 eleitores. Para a Câmara Municipal, 1.443 candidatos disputam 41 vagas. Os eleitores de outras cidades que estiverem na capital mineira podem justificar a ausência no processo eleitoral em qualquer uma das sessões e também nas estruturas montadas pelo TRE-MG na rodoviária e no Aeroporto de Confins.

Fiscalização

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou – por volta de 12h – um boletim que registra a prisão de 21 candidatos em todo o país. Minas Gerais é o estado com maior número de ocorrências desse tipo: 11.

Ainda no que diz respeito à fiscalização, o TRE-MG sorteou ontem (1º) as cinco urnas de Minas Gerais que passarão por uma auditoria. Uma delas é da capital, da sessão localizada no bairro Pirajá. As outras são dos municípios de Além Paraíba, Perdizes, Coromandel e Leme do Prado. O objetivo da auditoria é conferir a lisura do processo.