Em um ano particularmente difícil para o mundo dos negócios, que combinou queda acentuada da demanda, elevação de custos e retração do crédito, coube às lideranças empresariais brasileiras trabalhar com empenho e criatividade para seguir crescendo. Na noite da quinta-feira 22, as companhias que tiveram êxito em suas estratégias de superação foram homenageadas com o 13º Prêmio “As Melhores da Dinheiro”, iniciativa da Editora Três que desde 2004 destaca as jornadas mais vitoriosas da gestão privada no País. A cerimônia de premiação, em São Paulo, reuniu líderes das empresas que tiveram performance acima da média em seus setores de atuação. Além das 23 campeãs setoriais, houve um reconhecimento a cinco organizações com as melhores práticas de gestão financeira, governança corporativa, responsabilidade social, recursos humanos, inovação e qualidade. Roberto Setúbal, presidente executivo do Itaú Unibanco, que em 2015 teve um lucro recorde de R$ 23,4 bilhões, recebeu o prêmio “Empresa do Ano” das mãos de Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três.

Empresa do ano Carlos José Marques (diretor editorial da Editora Três), Cândido Bracher, Roberto Setúbal (com o prêmio), Caco Alzugaray e Milton Gamez (Dinheiro): Itaú teve lucro recorde
Empresa do ano Carlos José Marques (diretor editorial da Editora Três), Cândido Bracher, Roberto Setúbal (com o prêmio), Caco Alzugaray e Milton Gamez (Dinheiro): Itaú teve lucro recorde

“Há doze anos que muitos de nós nos reunimos aqui nas ‘Melhores da Dinheiro’. Os senhores nos emprestando prestígio com a suas presenças como premiados e amigos da casa, e nós prestando o justo reconhecimento aos seus trabalhos, para suas empresas, mas, principalmente, para o Brasil”, afirmou Caco Alzugaray. Ele citou as alternâncias da economia brasileira desde a criação do prêmio e demonstrou confiança no futuro: “O que o governo Temer, com a dupla Meirelles e Goldfjn, começa a fazer agora é um ajuste que nós empresários já temos feito, senão nem estaríamos aqui”, afirmou. “A Editora Três continuará trabalhando pelo Brasil”, disse, estendendo o compromisso aos empresários vitoriosos no evento: “O Brasil precisa de vocês”.

A esperança no País foi também o tema abordado pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfjn. Em seu discurso, o economista reforçou o papel do empreendedorismo para vencer as adversidades e expôs a visão do governo sobre os desafios que se impõem. “O Banco Central contribuirá para o crescimento por meio do controle da inflação, um ganho da sociedade que preserva o poder da demanda e alonga os horizontes”, declarou. Em vídeo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ressaltou a importância do prêmio: “Quero cumprimentar as empresas que enfrentaram essa crise com criatividade, vigor, trabalho duro e empenho”, disse, antes de falar do desafio de reduzir a dívida pública como forma de “gerar mais recursos para a sociedade, confiança e crescimento. Aí teremos mais empresas performando”, garantiu.

O controle do gasto público foi lembrado também por Roberto Setúbal ao agradecer o prêmio “Empresa do Ano” — segundo ele, um reconhecimento que estimula muito seus 90 mil funcionários. “Tivemos um ano difícil em 2015 e 2016 não está sendo fácil. Mas eu acredito que, se aprovarmos a medida que limita os gastos do governo, voltaremos a crescer”, disse.

Entre as dez primeiras colocadas no ranking da revista “IstoÉ Dinheiro” com dados das consultorias Economática e Boa Vista SCPC, a taxa média de crescimento foi de 10,6%, ante um PIB que caiu 3,8%. Algumas foram além. A gigante de papel e celulose Fibria, campeã em “Sustentabilidade Financeira”, cresceu 42% e viu seu lucro disparar 119% em relação ao período anterior. “Na Fibria a gente conseguiu provar que é possível ter um lucro admirado, um balanceamento entre o resultado e o que vale a pena para a sociedade”, afirmou o presidente Marcelo Castelli.

Mercado global

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“No momento de crise, as marcas mais consolidadas sempre se destacam”, afirmou Márcio Utsch, presidente da Alpargatas. “Quando há pouco dinheiro, você quer gastar menos para comprar algo que tem maior valor”, completou. Em 2015, a empresa cresceu 16%. Segundo ele, o resultado se deve ao investimento em gente, a uma boa gestão financeira, e ao marketing, área que recebe até 12% da receita a cada ano. Sobretudo com a marca Havaianas, a Alpargatas registrou forte expansão no mercado glob. Hoje, 41% de seu faturamento vem de fora.

A exportação foi a tônica do discurso de Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. “Não é aceitável que a nona maior economia do mundo ocupe apenas a 25ª posição entre os países que mais exportam”, disse.

Fotos: Claudio Gatti;


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