Nesta semana, entre 24 e 27 de agosto, acontece em São Paulo o maior evento de sustentabilidade do Brasil, a Virada Sustentável. O festival vai reunir, segundo expectativa dos organizadores, mais de 500 eventos ligados a arte, conhecimento, atividades corporais, bem-estar, saúde, cuidados com o meio ambiente, entre outros temas, em mais de 100 locais diferentes da cidade.

André Palhano, criador do festival, fala sobre a história do evento:

Como você teve a ideia de criar a Virada?

Ela começou em 2010, quando eu e mais um grupo de pessoas percebemos que a sustentabilidade era associado apenas a questões ambientais, “verdes”. E a comunicação associada ao tema não era atraente, cobrava uma postura das pessoas. Então pensamos em como fazer uma campanha de informação mais sedutora. E o que é mais sedutor do que um festival, uma festa, juntando cinema, teatro, música, tudo o que tivesse relação com o tema?

Como foi a primeira edição e como é o formato do evento?

Nós não produzimos ou bancamos a Virada inteira. Nós estimulando organizações, escolas, coletivos e projetos a agitarem os eventos. É como se fosse uma festa em casa, você compras alguns petiscos e pede para os amigos trazerem a bebida. Já na primeira edição, em 2011, tivemos 400 eventos. Nunca imaginamos que teria esse tamanho. Mas esse formato explica porque desde a primeira edição o festival foi tão grande.

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E quais são as suas expectativas para essa edição?

Até ontem (21) eram 560 atrações confirmadas, espalhadas por mais de 100 locais. Neste ano as principais atrações vão acontecer no Parque do Ibirapuera e no Unibes Cultural. No Unibes vai acontecer muita roda de conversa, entremeada com cinema, teatro e contação de histórias. E no fim de semana o parque vai ser tomado por atrações e shows.

O evento começou para mostrar que sustentabilidade vai muito além de ecologia e meio ambiente. O que mais tem relação com sustentabilidade que as pessoas normalmente não associam?

É claro que temas como água, biodiversidade e mudanças climáticas estão na origem desse tema da sustentabilidade. Mas você tem uma série de conceitos como erradicação da pobreza, redução da desigualdade, bem-estar, saúde, educação, produção e consumo responsáveis, cultura de paz, mobilidade, entre outros, que também fazem parte desse amplo guarda-chuva. Imagine uma sociedade avançada, 100% ecológica, com carros que não poluem. Mas esse cenário é sustentável se o trânsito não fluir? É um amplo conjunto de temas.

É por isso que adotamos como eixo temático, desde a edição do ano passado, a agenda dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Eles falam sobre água e biodiversidade, mas também de outros temas associados. Para este ano, fizemos uma parceria com o Pnud. Orientamos um evento cultural com essa que é a melhor tradução de sustentabilidade.

Hoje a Virada é realizada em outras cidades. Como foi essa expansão?

Há mais ou menos cinco anos começou a aparecer o interesse de outras cidades que também queriam fazer a Virada. Então criamos uma metodologia que garante que não levemos o evento pronto, com a visão de São Paulo. Nós chegamos a uma cidade e mapeamos grupos, projetos e coletivos que estão fazendo transformações nessas diferentes áreas da sustentabilidade e criamos os conteúdos dos eventos de forma bastante colaborativa, para falar de temas que interessam a cada território. Três anos atrás tivemos a primeira Virada fora de São Paulo, em Manaus. Neste ano são oito cidades além de São Paulo: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Manaus, Sinop, São Sebastião/Ilhabela, Valinhos, Campinas e Salvador. Sou suspeito para falar, mas é um acontecimento que faz muito bem para as cidades.


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