O dólar registrou queda nesta segunda-feira, 27, ante a maioria das outras moedas, em meio a crescentes dúvidas sobre a capacidade da Casa Branca para levar adiante suas promessas de corte de impostos e mais gastos com infraestrutura, após o governo de Donald Trump não conseguir aprovar sua reforma na saúde na sexta-feira.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 110,61 ienes e o euro avançava a US$ 1,0867.

Lideranças do Partido Republicano retiraram da pauta na sexta-feira a reforma na saúde, por causa da falta de apoio à iniciativa. Isso gerou o temor de que o partido de Trump tenha dificuldades para levar a cabo complexos esforços legislativos.

A expectativa de que o novo governo americano pudesse dar um impulso na economia, por meio do estímulo fiscal, levou o dólar à máxima em 14 anos semanas depois das eleições. Mais recentemente, porém, a moeda perdeu força, conforme ficava claro que a Casa Branca terá dificuldade de ter sucesso em sua agenda legislativa.

“Os mercados foram rápidos para concluir que o fracasso da sexta-feira em aprovar a Lei de Seguro-Saúde Acessível comprometerá a agenda mais ampla do presidente Trump”, afirmaram analistas do Scotiabank em nota a investidores. “O presidente deixou claro que quer avançar rápido para aprovar uma reforma tributária após a debacle do seguro-saúde, mas não é certeza que progressos possam ser feitos agora e os mercados reagem diante disso.”

Uma moeda em foco também foi o rand, que teve queda acentuada após o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, decidir cancelar uma viagem que o ministro das Finanças sul-africano faria a Londres para contatar investidores. Isso gerou preocupações de que possam ocorrer em breve mudanças no gabinete do país.