O dólar à vista desacelerou à tarde a alta, mas manteve-se no terreno positivo, para onde convergiu ainda de manhã após um ajuste inicial para baixo. A direção para cima seguiu a registrada pelo dólar futuro de junho desde o começo dos negócios. Ambos os avanços, segundo profissionais, decorreram das preocupações em relação aos desdobramentos da crise política e ao avanço de reformas. Ainda, das dúvidas quanto aos próximos passos da Operação Lava Jato depois da troca do ministro da Justiça do governo Temer.

O dólar à vista no balcão terminou em alta de 0,03%, a R$ 3,2684, após oscilar entre a mínima de R$ 3,2616 (-0,17%) e a máxima de R$ 3,2755 (+0,25%). O giro registrado na clearing da B3 foi de US$ 1,242 bilhão. No mercado futuro, o dólar para junho avançava 0,15% por volta das 17h35, a R$ 3,2675. O volume de negócios somava US$ 6,159 bilhões. No exterior, o dólar subia ante o dólar australiano (+0,24%); o dólar canadense (+0,02%); o rublo russo (+0,13%) e o rand sul-africano (+0,89%).

“O mercado mantém a preocupação em relação ao andamento das reformas, a crise política que não se resolve”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Ainda de acordo com ele, há um desconforto com a troca do ministro da Justiça. “Deixa dúvidas se o governo está atuando para barrar a Lava Jato”, pontuou, considerando afirmações de bastidores segundo as quais o novo ministro da pasta, Torquato Jardim, deveria fazer mudanças na Polícia Federal, que conduz a Lava Jato.

Um profissional de área de tesouraria de um banco ponderou que à tarde o dólar à vista perdeu força em sintonia com uma inversão de trajetória no mercado futuro de juros. As taxas, depois de absorver o noticiário político pela manhã, passaram a cair em meio a ajustes de apostas para a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a ser anunciada na quarta-feira, 31.


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