Um diretor da Agência Espacial Europeia (ESA) exortou as nações, nesta terça-feira, a desbloquear dados ocultos sobre o paradeiro de milhares de pedaços de lixo espacial que ameaçam as naves na órbita terrestre.

Os Estados Unidos e as nações europeias estão entre os que mantêm as informações ocultas, em parte por medo de revelar segredos estratégicos ou militares, disse o diretor de operações da ESA, Rolf Densing, à AFP no Salão da Aeronáutica e do Espaço de Le Bourget, perto de Paris.

“No momento, temos cerca de 750.000 pedaços de mais de um centímetro em órbita”, afirmou. Muitos desses pedaços foram gerados com explosões de satélites abandonados e corpos de foguete.

Esse número pode chegar a cerca de 1,2 milhão até 2030.

Há também “várias naves espaciais grandes e incontroláveis”, incluindo milhares de satélites não responsivos deixados no espaço.

“O maior risco são objetos grandes e não cooperativos” sobre os quais as equipes terrestres não têm controle, disse Densing.

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No entanto, o conhecimento sobre os restos espaciais está “disperso” e retido pelas agências espaciais nacionais, e muitas vezes é fornecido apenas quando uma colisão ameaça seus próprios recursos espaciais, disse Densing.

Acredita-se que os Estados Unidos tenham o catálogo mais completo, com uma estimativa de 20.000 pedaços de lixo, disse Densing, e a Europa – tanto a ESA como seus membros individuais – menos de 10.000.

A única informação solicitada é quando e onde um fragmento se encontrará na região orbital, de modo que não há necessidade de divulgar segredos comerciais ou militares, explicou o diretor.

Mas há um medo, ele disse, de que “se você procurar restos espaciais, inevitavelmente você encontrará coisas que ninguém quer que você encontre”.

Ter uma base de dados global e aberta sobre detritos espaciais permitiria que os especialistas compilassem avisos de colisão e daria tempo para as naves espaciais tomarem medidas de evasão.


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