12/08/2016 - 18:00
Um conjunto de equipamentos imprescindíveis para a segurança dos servidores do Ministério da Agricultura, inclusive a do próprio ministro Blairo Maggi, acumula poeira nas entradas centrais do prédio da sede e do anexo, em Brasília. O maquinário é capaz de detectar armas e explosivos. Foi entregue há meses, mas ainda não está instalado nas portarias. Apesar disso, a empresa terceirizada recebeu quase o total do pagamento previsto no contrato, que é de R$ 1,8 milhão. A empresa contratada é a Orion Telecomunicações, Engenharia S/A, cujos donos também são sócios da Delta Engenharia Indústria e Comércio, investigada na CPI do Cachoeira. O termo foi assinado em 16 de dezembro de 2015, durante a gestão da então ministra Kátia Abreu, hoje no Senado.
Pagador…
A empresa forneceria e instalaria raio x com alta resolução, portal de detector, catracas e circuito de câmeras. Mas o cronograma está todo atrasado, sem a conclusão de obras para instalar as máquinas. Mesmo assim, o ministério não descumpriu sua parte e já repassou o total de R$ 1,1 milhão para a Orion, no timing previsto nos termos contratuais.
…promessas
A assessoria de comunicação diz
que o contrato foi firmado na gestão anterior. Mas destaca que os equipamentos estarão funcionando até setembro. Enquanto isso, a portaria privativa do ministro e as entradas de acesso ao prédio pela garagem, seguem sem o renovado sistema de segurança informatizado.
Colocando o bode na sala
Os chineses têm ameaçado impor tarifa antidumping sobre o minério de ferro importado, o que atinge em cheio o Brasil. Querem forçar para que o governo brasileiro e o resto do mundo não apliquem mais esse tipo de medida em produtos chineses. Especialmente no caso do aço, que é altamente subsidiado por lá. Se – e apenas se – já estiver confirmado como presidente efetivo, Michel Temer visita a China mês que vem.
Rápidas
* O presidente Michel Temer está convencido de que precisa dialogar mais com o interior do Brasil. Como ainda não tem condições políticas de percorrer os quatro cantos do País, ele vai inaugurar um programa com cerca de três minutos em áudio e vídeo para distribuir gratuitamente para as mídias regionais de rádio, TV e redes sociais.
* Ainda em fase de formatação, a atração tem nome provisório de “Conversa com o Brasil” e contará com uma jornalista da EBC, a TV estatal, para entrevistar Michel Temer sobre temas específicos de interesse de cada região, como por exemplo a seca no Nordeste.
* Interlocutores de Temer avaliam que, mesmo com pautas impopulares como as reformas trabalhista e previdenciária, hoje não se conseguiria fazer uma greve geral a ponto de paralisar o país. Atribuem esta aposta ao avanço nas negociações com sindicalistas.
* Desde que Temer nomeou os 15 vice-líderes do governo na Câmara, há uma semana, a vida do líder André Moura (PSC-SE) não tem sido fácil. Após reinar por três meses sozinho na liderança, agora está vivenciando o ditado “muito cacique para pouco índio”.
Retrato falado
O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) está preocupado com o atual momento político dos partidos. Para ele, as legendas precisam mudar algumas práticas para ampliar a participação e o engajamento de todos os seus filiados. Ele defende que o PSDB adote um sistema de congressos programáticos em que cada vereador, por exemplo, possa colaborar com ideias para um documento nacional. Prega ainda a realização de prévias para cargos majoritários.
Pautas futuras
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, definiu as pautas que serão priorizadas (leia-se fazer pressão) pela pasta no Congresso Nacional. Uma delas é o projeto de combate ao tráfico internacional de pessoas, recém-aprovado na CCJ do Senado. Além deste, estão os que estabelecem o fim da revista vexatória, o fim dos autos de resistência e a aplicação de medidas corretivas em caso de infração às normas de defesa do consumidor, todos em tramitação na Câmara. Por outro lado, alardeada como um braço progressista no ministério, a secretária de Direitos Humanos, Flávia Piovesan, ainda gera expectativa sobre quais serão suas diretrizes de trabalho.
Pé de meia
Embalados pelas discussões de reforma da Previdência, o governo federal e o IBGE estão discutindo maneiras de turbinar o mercado de plano de aposentadoria privada. Querem tornar o segmento mais atrativo para o cliente. Estudam os exemplos estrangeiros, avaliam taxação especial e até incentivos.
Toma lá dá cá
DEPUTADA MARA GABRILLI (PSDB-SP), TETRAPLÉGICA
Por que a sra. quer representar o Brasil no Comitê dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU?
Levei essa questão ao ministro José Serra (Itamaraty) porque a Lei Brasileira de Inclusão colocou o Brasil à frente de uma discussão mundial, da qual nunca participamos. Ir ao comitê reforçaria a cobrança para o país dar o exemplo.
Quais avanços a lei trouxe?
A responsabilidade do reparo das calçadas ter passado para o poder público foi fundamental.
Me emociono ao ver os tribunais de contas protagonizando essa fiscalização.
E onde precisamos avançar?
Na reabilitação. Eu só tenho saúde para estar aqui hoje, virando noites no Plenário, porque tive acesso a
uma boa equipe médica interdisciplinar.
Verde…
O governo federal estuda editar a nova Lei de Licenciamento Ambiental como uma Medida Provisória, para que seus efeitos sejam imediatos. A pressa é para estabelecer rapidamente mais segurança jurídica e, assim, atrair investidores para negócios gigantescos, como as concessões deste ano. Se for para
o Congresso Nacional, terá longa tramitação.
… e amarelo
O novo texto, em fase final de discussão, prevê, por exemplo, que uma obra nem vá para licitação se já não estiver liberada pelos órgãos ambientais. Outro ponto: apesar da pressão, produtores agropecuários não devem ficar isentos da licença ambiental. Sarney Filho, do Ministério do Meio Ambiente, enviará o projeto até o fim deste mês.
Toca do Pokémon
Relatora da Lei Brasileira de Inclusão, Mara Gabrilli (PSDB-SP) tem monitorado buracos por onde passa. Outro dia, fotografava um na av. Paulista quando viu um rapaz fazer o mesmo. Empolgou-se. Até descobrir que, na verdade, ele caçava um Pokémon que pulara da cadeira de rodas dela para o buraco da calçada.
