Investigador de altíssimo escalão ouvido pela coluna disse que se o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) aceitasse fazer uma delação premiada e contar tudo o que sabe, teria potencial para, juntamente com revelações do empresário Marcelo Odebrecht, encerrar a Lava Jato. Para o investigador, esses dois personagens são capazes de atar as principais pontas ainda soltas desta operação. A fonte não se conforma com o fato de a Procuradoria Geral da República dar a entender que não se interessa em uma delação de Cunha.

Tratamento igualitário
Investigados pela Lava Jato discutem com preocupação a substituição do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, cujo mandato termina em 2017. Em especial adversários do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Temem que o novo PGR foque em nomes que não foram prioridade até agora.

Ideia fixa
A defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, está preparando a resposta da petista à notificação da ministra do Supremo, Rosa Weber, para explicar porque usa a palavra “golpe” a todo momento. O pedido foi levado a parlamentares da oposição ao STF.

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Serão citados trechos de um livro do cientista politico Anibal Perez-Liñán, publicado pela editora da Universidade de Cambridge. Na obra, o autor diz que golpes hoje não se dão por tomadas militares na América Latina, mas por processos de impeachment.

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Com calma
Antes de massacrar a escolha de Michel Temer por Marcelo Calero como Secretário da Cultura, esquerdistas prontos para o ataque foram avisados que o rapaz é muito respeitado no meio artístico. Por isso, a orientação foi ter cautela ao criticá-lo.

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Retomada
Com a conclusão da primeira etapa do processo de impeachment de Dilma no Senado, Aécio Neves (PSDB-MG) vai retomar rapidamente a agenda de viagens pelo Brasil. Ele tem pressa para ajudar a organizar regionalmente seu partido para as eleições municipais.

Cara e crachá
O novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), quer diminuir a participação do Estado nas fiscalizações. Como, por exemplo, revisar a hoje necessária autorização de um veterinário que seja servidor público para averiguar cada planta frigorífica do país. Além de atrasos, gera muita judicialização.

Barateamento
O ministro Blairo Maggi quer também acabar com o que chama de oligopólio de fornecedores de insumos agrícolas. Para isso já vem trabalhando para destravar a concessão de registros desse tipo de produto, que são lentos e, segundo ele, “um jogo de cartas marcadas caríssimo”.

Tristes lembranças
O espanhol Avelino Fernandes Rivera foi visto andando pela Barra da Tijuca depois de ter passado uma longa temporada na Espanha. Rivera chegou a ser denunciado à Justiça brasileira por sonegação fiscal em 1994, quando era um dos sócios majoritários da empresa Bateau Mouche Rio Turismo, responsável pela tragédia com a embarcação de mesmo nome, no Réveillon de 1988. Desde 1994, enquanto o processo sobre os crimes de sonegação se desenrolava, que acabou prescrevendo, muitos familiares de vítimas do Bateau Mouche não foram ressarcidos. Na época, a Justiça havia determinado a penhora dos bens do empresário.

Tchau, querido
Funcionários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aproveitaram a posse do novo presidente da Corte, Gilmar Mendes, para organizar um protesto no local, na quinta 12. Com carta aberta e faixas de “A pior gestão do TSE” e “Tchau, queridos”, o grupo criticou a presidência de Antonio Dias Toffoli e disse esperar de Gilmar um “diálogo com respeito”.

Toma lá dá cá

SENADOR E EMPRESÁRIO TASSO JEREISSATI (PSDB-CE)

ISTOÉ – Como estão os negócios?

Jereissati É a pior e a mais longa crise econômica que já vivi. Mas é impossível ficar pior do que já está, então vamos ao menos parar de piorar. (Michel) Temer precisa agora dar as imediatas sinalizações para o mercado.

ISTOÉ – Mas sinalizações positivas de mercado demoram quanto para de fato trazer melhora na vida das pessoas?

Jereissati É, o mercado começa a sentir quando diminui juros, por exemplo, mas a população não vai sentir uma melhora imediatamente. Talvez quem tenha perdido o emprego não irá recuperá-lo rapidamente, mas quem está empregado pode ficar mais seguro de que manterá seu trabalho.


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Rápidas
* O senador licenciado e novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é um dos únicos do Congresso e da Esplanada que não utiliza celular funcional. Prefere bancar seu próprio telefone pois o usa muito para seus negócios. Ele é o rei da soja.

* À frente da Agricultura, Blairo quer tirar do papel um pleito antigo dos produtores de grãos: a construção de uma ferrovia partindo do Mato Grosso até Tapajós, no Pará, para escoar a produção para exportação. A idéia é ficar pronta em cinco anos.

* Presidente do PTB, Roberto Jefferson está de volta. Tem se concentrado nas eleições municipais para retomar antigos contatos. Antes do impeachment também foi a Temer oferecer nomes para o Trabalho. Queria Benito Gama, mas não levou.

* Sinal dos tempos: a página pessoal do presidente, Michel Temer, tem quase 230 mil curtidas no Facebook. Já o perfil criado recentemente pela mulher do juiz Sérgio Moro, chamada “Eu Moro com ele”, tem mais de 473 mil.

Retrato falado
Andrei Rodrigues, secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, que cuida do planejamento de segurança para as Olimpíadas, assegurou que a mudança política não afetou em nada a organização dos jogos. A estrutura da secretaria que comanda desde 2013 foi toda mantida pelo novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. “Isso revela maturidade e que a preparação de segurança do Estado Brasileiro não é comprometida por alterações políticas.”

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Piadinha voraz
Em 4 de maio, a Justiça mandou investigar a autoria de um pedido de habeas corpus protocolado no ano passado em favor do ex-presidente Lula. O autor se identifica como Katniss Everdeen e diz morar do Distrito 13. Trata-se do nome da protagonista da saga Jogos Vorazes, interpretada no cinema por Jennifer Lawrence. O juiz arquivou a solicitação de Katniss.

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Eu tive um sonho
O deputado Sílvio Costa, que já passou pelo PMN, PTB, PSC e agora está no PTdoB, tem impressionado Dilma pela aguerrida defesa contra o impeachment mesmo após a votação no Senado. Costa, que nunca teve cargo no governo, espera que, se a petista voltar, fará dele ministro.


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