A defesa do ex-procurador da República, Marcello Miller, divulgou neste sábado, 9, nota em que “critica veementemente o pedido de prisão do seu cliente enquanto estava depondo por dez horas, no Rio de Janeiro”. Além disso, afirmou que tomou conhecimento do pedido pela imprensa “e estranha que tenha sido apresentado no mesmo dia em que estava esclarecendo todos os fatos ao Ministério Público”.

Na nota, a defesa alega também que entregou provas de que Marcello Miller estava afastado do grupo da Operação Lava Jato e das atividades da Procuradoria Geral da República desde julho de 2016, quando passou a trabalhar na Procuradoria da República no Rio de Janeiro.

“O ex-procurador nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F ou qualquer empresa e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal”, diz a nota, assinada pelos advogados André Perecmanis e Paulo Klein.

Conforme adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, a defesa também informou que disponibilizou o passaporte de Miller e entrou com o requerimento para que o pedido de prisão seja rejeitado ou, ao menos, para ser ouvida antes da decisão do ministro Edson Fachin.

A mesma atitude já foi tomada pelas defesas do empresário Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud, do grupo empresarial da J&F. O pedido de prisão ainda precisa ser apreciado por Fachin. Miller é acusado de atuar como investigador da Lava Jato e, ao mesmo tempo, defender interesses da J&F.