Militantes contra o uso de energia fóssil colocaram no museu do Louvre neste domingo (5) pedaços de tecido preto na escadaria próxima à “Victoria de Samotracia”, simbolizando um “rio de petróleo” que visa a denunciar o acordo exorbitante entre a empresa petroleira Total e o museu parisiense.

Aproximadamente trinta pessoas vestidas de preto se aproximaram, de forma lenta e silenciosa, aos pés da célebre estátua, e deixaram cair pedaços de tecido preto nos degraus da escada que fica em frente à obra, como observou um jornalista da AFP.

Também foram distribuídos diversos panfletos com onde se lia “A Total apoia o Louvre/ O Louvre apoia a Total – #zerofossile”.

A ação, que atraiu olhares de muitos turistas, durou três minutos, antes que os guardas do museu retirassem o material.

Um grupo de associações, liderado pela ONG americana 350.org, lançou uma campanha em janeiro para pedir ao Louvre que ponha fim em relação com a fundação Total, em nome da luta contra a mudança climática que, segundo estudiosos, tem total relação com o uso de combustíveis fósseis responsáveis pelos gases do efeito estufa.

A AFP entrou em contato com o museu do Louvre, porém a assessoria do local não quis comentar sobre o assunto. O grupo petrolífero francês Total é sócio do Louvre há mais de 20 anos.

Em resposta direcionada em janeiro ao responsável pela 350.org na França, o presidente do museu, Jean-luc Martinez detalhou as ações feitas pela fundação Total (apoio às exposições, restaurações, educação cultural e ação social), e qualificou a colaboração como sendo um “apoio financeiro decisivo”.

O grupo de ONGs considera, sem dúvidas, que o acordo beneficia mais a Total do que o Louvre, uma vez que o Louvre oferece uma melhor imagem e uma vasta rede de contatos.