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Serge: o ex-bilheteiro do Belas Artes compôs e gravou “Scorpio” em um PC perto da Cracolândia

Quem ouve as músicas de “Scorpio”, o disco que Serge Erege produziu enquanto trabalhava como bilheteiro no cine Belas Artes, pode duvidar que tudo aquilo foi gravado, num computador pessoal antigo, dentro de um quartinho perto da Cracolândia, em São Paulo. Todos os instrumentos eletrônicos foram programados por Serge. É difícil acreditar que se trata de um artista brasileiro. Ele tem nome francês, canta em inglês, ambienta suas canções em sonoridades típicas dos anos 80 e lançou seu trabalho em fitas K7 em uma tiragem promocional limitada. No mínimo, intrigante. “Poucas vezes na vida tive a chance de estar com um cantor desses no estúdio”, afirma Dudu Marote (que tem no currículo a produção de CDs do Skank e do Pato Fu), diretor artístico do álbum “Socorpio” (Skol Music), estreia do artista nascido em Piripiri, no Piauí.

As referências sonoras de Serge evocam de New Order a Soft Cell, Cocteau Twins e Bjork – ao mesmo tempo em que seu synth-pop poderia entrar na trilha sonora da série “Stranger Things”. O som é repleto de ecos, distorções, efeitos e camadas vocais, em um trabalho extremamente autoral que rendeu elogios de público e crítica nas apresentações que Serge fez em festivais como Meca, Coquetel Molotov, Novas Frequências, Contato e Bananada. “Uma voz que não deixa dúvidas. Isso que fez que nos movêssemos pra investir todas nossas forças em Serge”, diz Dudu, que trabalhou com o cantor e compositor por 6 meses até chegar ao resultado que agora você pode conhecer na playlist “Sons da Semana”, à esquerda deste texto. Para completar, o clipe de “It’s Already Cold” foi dirigido pelo próprio Serge. Assista aqui: