Se a presidente Dilma Rousseff for mesmo afastada, assim que terminar o processo de impeachment, o presidente Michel Temer pretende transferir a Secretaria de Orçamento Federal, que atualmente é lotada no Planejamento, para a Fazenda. O nome mais cotado hoje para assumi-la é o da economista Ana Carla Abrão. Ela hoje é secretária de Fazenda do governo de Goiás e é uma ferrenha defensora dos ajustes fiscais. Respeitada pelo mercado financeiro, ela é filha da senadora Lucia Vânia Abrão (PSDB-GO).

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Divisão de forças
A mudança, se concretizada, esvazia o Planejamento e turbina ainda mais a Fazenda. E isso só será possível porque o atual ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, não entra nos embates políticos. O protagonismo é todo de Henrique Meirelles – que, às vezes, é cutucado pelo chanceler José Serra.

Presente…
O Ministério da Justiça começa a discutir uma eventual mudança nos critérios para a concessão de passaportes diplomáticos a não diplomatas. Hoje, há brecha para que o ministro das Relações Exteriores escolha para quem quer conceder o benefício.

… de grego
Negar esse pedido a aliado em potencial é dar tiro no pé do governo. Porém, às vezes essa concessão traz desgastes ao Itamaraty. Criar novas exigências é uma maneira de evitar o constrangimento de dizer não a líder religioso e filho de gente importante.

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Aluga-se
Na viagem que fará à China, Michel Temer pedirá que o governo chinês suspenda ou flexibilize as cotas de importação de produtos brasileiros. Acenará com argumentos como, por exemplo, a possibilidade de abrir para estrangeiros a compra de terras por aqui.

Dragão
A decisão de fazer para a China sua primeira viagem ao exterior sofreu resistência por parte de alguns quadros importantes do Itamaraty. Defendiam a Argentina ou Mercosul como destino. Mas a ideia de Temer é da mais ênfase na economia do que na diplomacia.

Giro de estadista
Depois de ser oficializado na cadeira presidencial, Temer planeja fazer um tour por importantes países como Estados Unidos, Alemanha e França, por exemplo. Ser recebido como um estadista por nações democráticas poderia ajudar na convalidação, perante a comunidade internacional, de sua Presidência.

Tchau
Integrantes do governo Temer olham com lupa a situação da empresa Oi. Torcem para que um grande comprador possa arrematar a tele. Não acham saudável que a Claro, a Tim e a Vivo fatiem entre si a empresa moribunda, pois isso acabaria por prejudicar o consumidor brasileiro.

Desvio no Teatro Municipal
O secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo, Nunzio Briguglio, é um dos auxiliares mais próximos do prefeito. Ele assessorou Fernando Haddad no Ministério da Educação e ocupa a secretaria como parte da cota pessoal do prefeito. O PT paulista e Briguglio não se bicam. Na quarta, em CPI da Câmara que investiga desvios de R$ 15 milhões do Teatro Municipal, o secretário foi abandonado até pelos aliados de Haddad. Por unanimidade, os vereadores aprovaram a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Briguglio. Além disso, ele deverá entregar à CPI a lista completa de seus e-mails desde 2013.

Desvio no Municipal 2
Em caráter sigiloso, na mesma quarta-feira 6, a CPI aprovou uma representação ao Ministério Público pedindo abertura de inquérito contra o secretário. Em delação premiada, o ex-diretor do Teatro, José Luiz Herência, diz que Briguglio participou da contratação de espetáculos jamais realizados no Municipal de São Paulo. O secretário nega as acusações.

Toma lá dá cá
Ligia Maura Costa, advogada e professora da FGV

ISTOÉ – A senhora participa de um abaixo-assinado endereçado à OAB-SP em defesa da advogada Janaína Paschoal, pró-impeachment, e contra a senadora Gleisi Hoffmann. Por quê?
Lígia – Foi muito desagradável o que a senadora disse em uma das sessões da Comissão do Impeachment. Falou que a doutora Janaína não poderia se expressar pois era uma “mera advogada” e não uma “autoridade”, como os parlamentares.

ISTOÉ – O abaixo-assinado tem outros pontos?
Lígia – Sim, repudia a hostilização sofrida por Janaína no aeroporto. Até um advogado que defende um bandido tem o direito de exercer a profissão. E alguns alunos da USP também tentam tumultuar suas aulas.

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Rápidas
* Michel Temer pretende fazer um pronunciamento à nação em rede nacional de rádio e televisão ao fim do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A ideia é fazer um discurso pacificador e que traga mensagem de esperança.


* O Palácio do Planalto está colocando na conta do PSC a barbeiragem na indicação para a Funai, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, do general da reserva Sebastião Roberto Peternelli Júnior. Avalia que foi catastrófica.

* Por outro lado, a Presidência respirou aliviada porque a polêmica em torno do nome do militar, que apoiou o golpe de 1964, aconteceu antes de sua nomeação oficial. Temer acabou poupado de ter que bancar mais uma exoneração conturbada.

* Até o impeachment, Temer definirá com Marcela, sua mulher, como será a atuação como primeira-dama. A ideia é que ela assuma funções com características humanitárias. Avalia que desde de dona Ruth Cardoso espera-se por essa figura.

Retrato falado
Com a praticidade de quem conhece bem o funcionamento da Câmara, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) avalia que a eleição para substituir Eduardo Cunha, que renunciou à Presidência da casa na quinta 7, terá três tipos de concorrentes: “Tem o que tem chances reais de ganhar, os que sabem que não vão levar nada mas querem se colocar para aparecer e também aqueles que querem negociar apoio no segundo turno”. A disputa acontecerá no dia 12 ou 14.

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Meu bebê
Marcela Temer, a primeira-dama interina do Brasil, que se mudou nesta semana para o Palácio do Jaburu, em Brasília, trouxe companhia. A mãe, Norma Tedeschi, vai ajudar a filha em sua adaptação na capital federal e também nos cuidados com Michelzinho, o herdeiro caçula do presidente. O garoto, aliás, foi matriculado no colégio bilíngue Escola das Nações.

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My baby
O colégio é um dos mais caros de Brasília. O ano letivo começa em agosto, assim como em países estrangeiros. O lema da escola é criar “cidadãos do mundo” e “unidade na diversidade”. Como é muito procurado, um dos critérios de desempate é dar prioridade para filhos de diplomatas.


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