A pesar da distância de 2018 e da incerteza do processo, já temos algumas cartas na mesa eleitoral. A mais importante é o fato de que as próximas eleições não contarão mais com as doações milionárias das empresas, por força de proibição do STF. Sem elas, os fundos partidários serão os grandes financiadores das campanhas, o que coloca a direção dos partidos em posição privilegiada. Sem esses recursos bilionários das empresas e com o sentimento antipolítico da população em alta, poderemos ver novos candidatos ganhando campo em detrimento das lideranças tradicionais. O prefeito João Doria (PSDB-SP), um empresário e não um político propriamente dito, retrata bem essa situação, já que sua eleição expressou justamente a rejeição ao antigo na política nacional.

Mas o efeito Doria vai além. E não apenas por ser um nome novo na política. A grande novidade de Doria é a sua forma de se comunicar e de usar muito bem e intensamente as redes sociais.

As campanhas, de ora em diante, serão influenciadas pela dinâmica imposta por ele, tornando-se o campo fértil para a batalha dos candidatos e a disseminação das informações. Tal qual nas eleições americanas.

As próximas eleições presidenciais serão as que apresentarão o maior número de partidos políticos de nossa história. Um absurdo que poderá ficar ainda maior, já que há outra dúzia na lista de espera de registro. Com tais certezas esperamos que o TSE tome as devidas providências.

A primeira seria decidir pela insconstitucionalidade da ampla liberdade de coligações de partidos nas eleições proporcionais, já que isso vai contra o princípio constitucional dos partidos nacionais. As coligações podem ocorrer, desde que verticalizadas nacionalmente. A medida serviria para pôr um pouco de ordem no caos partidário existente hoje.

Três outras providências são óbvias. Criar, desde já, uma força-tarefa na PF para investigar o fluxo de recursos saídos da criminalidade para as eleições, o que já deveria estar sendo mapeado e acompanhado. Outra providência mais do que necessária é o acompanhamento das redes sociais e seu uso nas campanhas eleitorais. Por fim, o TSE deveria estabelecer regras claras para o uso dos fundos partidários nas candidaturas. É uma agenda e tanto.

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As coligações podem ocorrer, desde que verticalizadas nacionalmente. A medida serviria para pôr um pouco de ordem no caos partidário existente hoje


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