Cristãos coptas fogem do Sinai egípcio após ataques

Cristãos coptas fogem do Sinai egípcio após ataques

Dezenas de egípcios cristãos fugiram da península do Sinai após uma série de ataques que mataram três coptas nesta região onde atua o grupo Estado Islâmico (EI), indicaram nesta sexta-feira autoridades da Igreja.

Cerca de 250 cristãos se refugiaram na igreja evangélica da cidade de Ismailya, perto do Canal de Suez (leste), indicou à AFP o diácono e administrador da igreja, Nabil Chukrallah.

“Eles fugiram com seus filhos. Esta é uma situação muito difícil, esperamos receber mais 50 ou 60”, acrescentou.

Famílias inteiras se reuniram no pátio da igreja com seus pertences e cobertores. O medo ainda se vê nos olhos de alguns.

“Começamos a ter medo das nossas próprias sombras. Estávamos com medo de ser seguidos e mortos com um tiro nas costas. Os cristãos são alvos de uma maneira atroz”, diz um homem que deseja manter o anonimato.

“Algumas pessoas temem abrir a porta para sair para comprar comida”, relata.

Oum Mina, mãe de cinco filhos, conta que o perigo era tal que o marido teve que parar de trabalhar. “Não é justo”, afirma, explodindo em lágrimas.

O EI, que atua no Sinai, divulgou no domingo um vídeo no qual promete atacar membros da comunidade cristã.

Os coptas, que representam 10% dos 92 milhões de egípcios, já foram alvos no passado nesta região do Sinai, que vive uma insurgência jihadista, mas os ataques aumentaram desde o lançamento do vídeo.

Os coptas também se dizem vítimas de discriminação em todo o país por parte das autoridades e da maioria muçulmana.

Quinta-feira, um cristão egípcio foi morto e sua casa foi incendiada na cidade de Al-Arish, no norte da Península do Sinai, segundo autoridades da segurança, que evocaram a hipótese de um ataque jihadista.

Quarta-feira, o corpo crivado de tiros de um cristão de 60 anos e o de seu filho queimado vivo foram encontrados atrás de uma escola em Al-Arish.

Desde que o exército depôs o presidente islamita Mohamed Mursi, em 2013, o norte do Sinai é palco de ataques conduzidos por extremistas islâmicos principalmente contra policiais e militares.

Em dezembro, o EI reivindicou um ataque suicida contra uma igreja copta ortodoxa no Cairo, que matou 29 pessoas.